Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99

Radar

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Notas exclusivas sobre política, negócios e entretenimento. Com Gustavo Maia, Nicholas Shores e Pedro Pupulim. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Regras do governo Lula dão brecha para “rachadinha” de emendas coletivas

Individualização das emendas de bancadas estaduais e de comissões da Câmara e do Senado entrou na mira do Supremo

Por Nicholas Shores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 ago 2024, 22h57 - Publicado em 23 ago 2024, 14h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Regras instituídas por ministérios do governo Lula para parlamentares indicarem a destinação de mais de 24 bilhões de reais em verbas do Orçamento federal oficializaram caminhos para a individualização das emendas de bancadas estaduais e de comissões da Câmara e do Senado, prática que vem sendo chamada de “rachadinha”.

    Essas emendas têm natureza coletiva. Em tese, sua destinação deveria ser decidida em conjunto pelos parlamentares de cada estado e pelos integrantes de comissões. Tanto é assim que, em sistemas de transparência, a autoria da indicação para a aplicação do dinheiro é atribuída a cada bancada estadual ou colegiado.

    Na prática, os coordenadores de bancadas estaduais têm poder para escolher como dividir a grande maioria do dinheiro das emendas – são 8,6 bilhões de reais em 2024 – entre os parlamentares conterrâneos, tornando-as, de fato, uma “emenda individualizada de bancada”.

    Portaria conjunta publicada pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, da Gestão e Inovação e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República em abril deste ano estabelece que os coordenadores das bancadas estaduais podem fazer “solicitações de remanejamento” das emendas. Ou seja, mudar a aplicação da verba. Basta mandar um ofício ao Palácio do Planalto dentro do prazo certo.

    No caso das emendas de comissão, as cúpulas da Câmara e do Senado e os líderes partidários negociam, a portas fechadas, a repartição dos 15,5 bilhões de reais disponíveis nessa modalidade em 2024 – novamente, “rachando” a verba cuja destinação deveria ser decidida por cada colegiado. Sob reserva, parlamentares já enxergam o modelo como sucessor das emendas de relator, que ganharam fama como “orçamento secreto”.  

    Continua após a publicidade

    A mesma portaria interministerial autoriza o “remanejamento” do dinheiro das emendas de comissão ao longo do ano por parte dos “autores” – presidentes dos colegiados que recebem minutas de ofícios com a partilha da verba já decidida pelos caciques do Congresso, faltando só assinar o documento e mandá-lo ao Palácio do Planalto.

    A autorização oficial para a “rachadinha” das emendas coletivas – que, é preciso dizer, existia também no governo Bolsonaro – indica um jogo duplo do governo Lula nas tratativas com os presidentes da Câmara e do Senado e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 

    De uma reunião na última terça-feira saiu um comunicado anunciando um acordo que proíbe a “individualização” das emendas de bancada, que deverão ser destinadas a “projetos estruturantes” em cada estado e no Distrito Federal, de acordo com a definição da bancada. Ainda segundo o “consenso” entre os Três Poderes, as emendas de comissão passarão a ser destinadas a “projetos de interesse nacional ou regional, definidos de comum acordo entre Legislativo e Executivo”.

    Governo e Congresso têm um prazo de dez dias para definir os detalhes desse novo regramento. A reação de alguns caciques do Legislativo contra os termos do “consenso” com o Supremo já começou.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.