Uma reunião na sede do Republicanos em Brasília nesta segunda-feira juntou em uma mesma mesa o ex-deputado Eduardo Cunha, algoz do impeachment de Dilma Rousseff, e a ministra do Turismo de Lula, Daniela Carneiro.
O evento era para marcar a filiação do marido da ministra, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, ao Republicanos, partido que, no passado, esteve na base dos governos Lula e Dilma e que mais recentemente apoiou o governo de Jair Bolsonaro, apesar de a relação não ter sido de todo harmoniosa. Há uma negociação em curso para que o Republicanos, que é ligado à Igreja Universal, volte à base de Lula neste terceiro mandato do petista.
Potência eleitoral na Baixada Fluminense, Waguinho estava até esta segunda no comando do União Brasil no Rio, mas por uma série de desentendimentos com a direção nacional do partido decidiu migrar para o Republicanos. Entre as queixas estava a dificuldade de acesso a recursos do fundo partidário. O político assumirá a presidência estadual do Republicanos e a mudança foi formalizada em uma reunião com o cacique nacional do partido, Marcos Pereira.
Por ora, a ministra Daniela seguirá no União Brasil, dado que ela foi eleita deputada federal pelo partido e só poderia deixar a legenda fora da janela partidária com decisão judicial favorável no TSE. O Radar apurou que o caminho natural é que ela deixe o partido, mas os detalhes de como será a sua saída e qual será o seu futuro no governo Lula ainda estão em discussão.
Há a expectativa de que outros quatro deputados do União Brasil no Rio também recorram à Justiça para deixar o partido e se juntar à barca de Waguinho. A filha de Eduardo Cunha, Danielle Cunha, deputada federal pelo União Brasil no Rio, esteve presente na reunião desta segunda e é uma das parlamentares que deverão deixar a legenda.