Integrantes da cúpula da PGR estão mergulhados numa guerra de versões e intrigas desde a noite desta quarta-feira, quando passou a circular no órgão a informação de que a atual chefe interina do órgão, Elizeta Ramos, poderia atuar para mudar a composição da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão.
Oficialmente, a PGR informou ao Radar que Elizeta não tomou nenhuma decisão para mexer na 5ª Câmara. Integrantes da Procuradoria, no entanto, dizem que há um movimento em curso para reformular o órgão.
O colegiado é coordenado pelo procurador Ronaldo Albo, que, segundo integrantes da PGR, conversou com Elizeta nesta quarta, por volta de meio-dia, e recebeu um convite para deixar o posto.
A atuação da Câmara é focada no combate à corrupção e atua nos feitos relativos aos atos de improbidade administrativa, nos crimes praticados por funcionário público ou particular contra a administração em geral, inclusive contra a administração pública estrangeira, bem como nos crimes de responsabilidade de prefeitos e de vereadores previstos na Lei de Licitações.
Cabe ao colegiado corrigir, manter ou alterar decisões sobre acordos de delação e leniência, ainda hoje os temas mais delicados na agenda pública brasileira. Uma das questões em jogo, nesse eventual movimento, é a discussão de uma multa bilionária imposta ao grupo JBS por envolvimento em casos de corrupção.