Um acordo costurado por Jorge Kajuru, relator final do projeto das apostas esportivas no Senado, vai preservar a publicidade das bets nas TVs, sem restrição de horário, e resgatar ao texto a permissão para essas empresas patrocinarem clubes de futebol, jogadores e campeonatos.
A condição imposta pela oposição ao governo Lula para topar o acordo foi manter no projeto a proibição de anúncios em placas de estádios, já aprovada na Comissão de Esporte. O PL 3.626 de 2023 ainda passará pela Comissão de Assuntos Econômicos na terça-feira, e, segundo Rodrigo Pacheco, seguirá para o plenário da Casa no mesmo dia.
De forma geral, as bets argumentam que proibir as propagandas nas arenas esportivas vai prejudicar os clubes, uma vez que as agências de marketing esportivo que já compraram ou negociam comprar os direitos sobre as placas de publicidade terão menos demanda pelo espaço publicitário e, consequentemente, pagarão menos às equipes.
As casas de apostas costumam dizer também que vedações consideradas excessivas vão favorecer o jogo ilegal. Segundo essa lógica, sem a devida comunicação sobre as bets que estão de fato licenciadas pelo governo, o consumidor não saberá distingui-las das que operam clandestinamente.
A regulamentação do mercado de apostas esportivas on-line é uma das prioridades do Ministério da Fazenda de Fernando Haddad para aumentar a arrecadação nos próximos anos e perseguir a meta de zerar o déficit primário em 2024.