Sergio Moro vai passar por mais uma maratona no Congresso nesta terça-feira. Ciente de que os deputados o aguardam com o mesmo ímpeto demonstrado pelos Senadores, há duas semanas, o ministro da Justiça preparou uma apresentação curta para abrir sua passagem pela Câmara.
Vai seguir o roteiro martelado no Senado sobre a falta de legitimidade das mensagens vazadas da Lava-Jato (leia mais em “Meu celular foi clonado” e Vítima de contrainteligência) e seu caráter duvidoso (leia mais em “Site fez sensacionalismo”). O ministro vai explorar o fato de o CNMP ter arquivado o procedimento contra Deltan Dallagnol e fará novamente a defesa da Lava-Jato. O efeito dos protestos do fim de semana, que marcaram a popularidade do ministro nas ruas, também deve ajudar a aplacar eventuais críticas, avaliam auxiliares dele.
Sobre o risco de sofrer com provocações da oposição, que é considerada mais articulada na Câmara do que no Senado, Moro foi aconselhado por auxiliares a manter o sangue frio. Lembrado de que Paulo Guedes foi chamado de tchutchuca por um petista, Moro ouviu uma recomendação curta: “Prepara-se, ministro!”
A previsão é de que Moro sente na cadeira elétrica da Câmara por volta de 14h30 e só saia de lá por volta de 21h30. Será um longo dia.