Depois de receber diversas críticas à minuta do novo marco legal do transporte rodoviário apresentada em audiência pública na semana passada, a ANTT receberá contribuições e propostas de mudanças do texto até o próximo sábado, 12 de agosto.
Um dos pontos controversos da proposta da agência é a criação de exigências e limitações para autorizar o ingresso de novas operadoras, como critérios considerados obscuros para avaliar a viabilidade econômica da ampliação da concorrência nas rotas mais atrativas, como as que têm partida ou destino em Salvador, São Paulo e Brasília.
Outro objeto de críticas é o estabelecimento de um período de transição de um ano até que os interessados entrem com novos pedidos. Empresas que oferecem o fretamento de ônibus por aplicativo, como Buser e Flixbus, afirmam que as imposições distanciam o novo marco da proposta original de favorecer o regime de autorizações sobre as licitações, em acordo com julgamento concluído pelo STF em março.
Em audiência pública realizada pela ANTT em Brasília na última terça-feira, o superintendente de Transporte e Passageiros da agência, Juliano de Barros Samôr, reconheceu que o conteúdo proposto para o marco legal não agradou.
“Pelo que eu entendi, todo mundo está insatisfeito com o momento que estamos vivendo hoje. Precisamos de algum direcionamento (…), é isso que vai ser essencial no nosso procedimento, na nossa análise. Provavelmente a gente não tenha uma ideia de como vai finalizar esse processo porque precisa realmente tratar das contribuições dos senhores e aperfeiçoar”, disse.