O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu nesta terça-feira um processo contra o sócio majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, e uma multa de 60 mil reais aplicada ao empresário depois que ele foi intimado a apresentar provas de manipulação de resultados no futebol brasileiro e não o fez.
A suspensão vai durar até a conclusão de um segundo inquérito que a Justiça desportiva abriu sobre manipulação de resultados a pedido de Textor, no qual o bilionário norte-americano promete entregar provas “ainda mais robustas e detalhadas” que o material que apresentou em dezembro de 2023 – e foi rapidamente parar no arquivo.
Nesse pedido mais recente ao STJD, como mostrou o Radar, Textor disse ter provas contra árbitros e jogadores da Série A e comprometeu-se a compartilhá-las “desde que seja garantida a confidencialidade e o sigilo absolutos das referidas provas e do procedimento”.
“O Sr. Textor possui farta prova documental – incluindo relatórios técnicos (com áudios e vídeos) elaborados por experts internacionais independentes e que prestam serviços, inclusive, para a Union of European Football Associations (UEFA). Além de fornecerem dados e informações confiáveis com amplo amparo tecnológico, esses relatórios, de quase 200 páginas por partida analisada, servem de suporte para comprovar a manipulação de resultados por árbitros e jogadores”, escrevem os advogados do escritório Campos Mello, que representa o dono do Botafogo.
Dentre as partidas analisadas, o pedido ao STJD citou Botafogo 3 x 4 Palmeiras, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023, e Palmeiras 5 x 0 São Paulo, na 29ª rodada da mesma competição.
“As provas que o Sr. Textor tem em sua posse apontam que árbitros que integravam o time de árbitros ‘Video Assistance Referee’ (‘VAR’) em partidas da Série A do Campeonato Brasileiro omitiram imagens de vídeo decisivas do primeiro árbitro (de campo)”, acrescentaram os advogados.