Transparência Eleitoral não encontra problemas graves nas eleições
ONG clama pelo reconhecimento do resultado das urnas pela população brasileira
A ONG Transparência Eleitoral acompanhou os dois turnos do processo eleitoral brasileiro e não encontrou problemas graves durante o pleito que coloquem em suspeição o resultado das urnas eletrônicas no Brasil. A entidade esteve presente em 15 estados, 54 cidades e quatro países.
A ONG acompanhou o dia da eleição em 653 seções eleitorais e o fechamento de 76 locais de votação. Também foram fiscalizados 57 locais de transmissão de dados eleitorais e a totalização de votos no TSE, em Brasília. A ONG exortou os eleitores a reconhecerem o resultado das eleições deste ano no país.
Em relatório divulgado nesta quarta, a ONG destacou algumas situações potencialmente problemáticas durante as eleições. A primeira seriam as grandes filas, observadas com mais intensidade no primeiro turno do que no segundo. A entidade, contudo, afirmou a questão não foi grave o suficiente para prejudicar o ato do voto.
“Em relação a organização, embora tenham sido presenciadas grandes filas em boa parte das seções eleitorais no Brasil e no exterior no 1° turno, no 2° turno a situação foi diferente. Segundo dados oficiais do TSE, a participação do eleitorado manteve-se na média, tendo 20,91% de abstenção (32.716.740 de eleitores). Somente no início da jornada eleitoral foram vistas filas, mas que fluíam com rapidez”, afirma o relatório.
Sobre a violência política, a ONG relatou um aumento de casos de agressões entre eleitores e campanhas e assédio eleitoral em igrejas e empresas. Também foi observado um aumento significativo no fluxo de desinformação entre o primeiro e o segundo turno. A Transparência Eleitoral destacou que as empresas de tecnologia têm papel importante em tentar coibir a disseminação de fake news, além de ter saudado as providências inéditas do TSE no sentido de controlar a situação, derrubando conteúdos e grupos de mensagens com a rapidez que o pleito demanda.
“A TE Brasil reitera que não é possível utilizar-se de estratégicas que confundem a sociedade sob o pretexto do exercício da liberdade de expressão. Assim sendo, a TE Brasil chama a atenção para a responsabilidade das plataformas para que também sejam parte importante do enfrentamento à desinformação, pois se verifica que é somente por meio delas que será possível controlar situações já verificadas nas eleições 2018 e que se repetiram em 2022, em alguns casos com ainda mais contundência”, afirmou.
A Transparência também acompanhou a votação de dentro de presídios e institutos de internação de menores em conflito com a lei. Segundo a ONG, o ato do voto tem poder de gerar um sentimento de inclusão maior de pessoas em situação de privação de liberdade.
“No caso dos institutos socioeducativos, os jovens se mostraram animados com a oportunidade de votar e demonstraram curiosidade com a urna eletrônica. Houve relatos dos mesários de como os jovens reagiram após o momento da emissão do voto, sentindo-se mais integrados com o que acontece na sociedade, mesmo os que antes tinham declarado não ter interesse a votar”, diz o relatório.