Trauma com motim faz Motta apostar em projeto para inibir novas ocupações
Mesa Diretora apresentou projeto de resolução que altera regimento interno e pune de forma mais rápida quem atrapalhar funcionamento da Câmara

Após terem optado por um caminho mais lento para punir os bolsonaristas que ocuparam o plenário em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Hugo Motta, e os demais integrantes da Mesa Diretora apresentaram hoje um projeto de resolução que alterará, caso seja aprovado, o regimento interno da Casa e que punirá de forma célere aqueles que atrapalharem o funcionamento das atividades legislativas.
A urgência para acelerar o andamento da matéria deve ser votada hoje e o mérito pode ser apreciado nos próximos dias.
Nos bastidores, a avaliação de lideranças é que a iniciativa ocorre como uma vacina para tentar evitar novos motins nas dependências da Câmara. Há o temor de que a eventual condenação do ex-presidente fomentasse uma nova rebelião. O julgamento está previsto para setembro.
Além disso, aliados de Motta apontam que a iniciativa é uma forma de conter as críticas de que ele saiu desmoralizado da crise, especialmente após optar pelo rito ordinário das punições.
O projeto de resolução especifica no regimento o aval para que Mesa Diretora suspenda imediatamente deputados que se utilizarem da obstrução física para impedir o funcionamento da Casa.