Como a escolha do líder do PMDB e o Aedes aegypti se misturam…
Picciani sabe que perderia se a eleição, que ocorre na quarta, fosse hoje; desesperado, busca votos até de deputados licenciados que são ministros
Se a votação para a liderança do PMDB na Câmara fosse hoje, Leonardo Picciani (RJ), atual líder — um tanto a fórceps, é verdade —, seria derrotado por Hugo Motta (PB) por uns, deixem-me ver, sete votos… Mas a escolha só acontece depois de amanhã. Aí, sabem como é…
Parece que Picciani se deu conta de que sua situação é mesmo difícil. Tanto que às vésperas do pleito, que acontece na próxima quarta-feira, o parlamentar decidiu fazer um apelo a dois aliados que hoje ocupam a Esplanada dos Ministérios. Segundo informa a Folha, a ideia é contar com os votos de Marcelo Castro, atual chefe da Saúde, e Celso Pansera, titular da Ciência e Tecnologia. Ambos são deputados licenciados.
Picciani pretende se reunir com a dupla para perguntar se eles topariam deixar suas pastas, nem que fosse por um dia, apenas para participar da eleição pela liderança.
É claro que, no que concerne a Castro em particular, em tempos de vírus zika, seria um escracho com a nação. Do ponto de vista da efetividade do combate ao mosquito Aedes aegypti, seria irrelevante. Há até a possibilidade de haver uma discreta melhora no programa, imperceptível, como as ondas gravitacionais, mas, ainda assim, existentes.
Castro, a exemplo da larga maioria dos ministros, está na categoria das pessoas que, trabalhando a metade, rendem o dobro. Sem fazer nada, chegam a cem por cento da eficiência possível.
Haver a simples cogitação de que algo assim possa ser feito dá conta do ponto a que chegamos.