httpv://www.youtube.com/watch?v=xmV4Mblri3c
Muito modestamente, considero que a decisão da Uniban de revogar a expulsão de Geisy Arruda é uma conquista deste blog. Se vocês refizerem o percurso, aqui começou a justa, correta e decente corrente da indignação, que acabou mobilizando o país — independentemente até dos posicionamentos ideológicos deste ou daquele. E os princípios e as premissas que orientaram o meu posicionamento — o que alguns poucos não entenderam até agora — são a inviolabilidade do corpo e o triunfo da lei. Como já deixei claro aqui, uma sociedade que cai no vale-tudo opta pela anomia, pela desordem, pela indisciplina, pela falta de hierarquia de valores — todas essas coisas ditas “conservadoras” que, nos países em que a democracia funciona à perfeição, servem para garantir a liberdade do homem. Ameaçar uma garota com linchamento e estupro, ainda que de forma, vá lá, simbólica, é sintoma de uma grave doença.
Pois bem… Numa reação um tanto tardia, estudantes da Universidade de Brasília — não todos, é claro, um pequeno grupo — decidiram protestar contra o caso Geisy. Só existe uma coisa tão cafona — atrasada, bocó, passadista, idiota mesmo — quanto tentar linchar alguém que usa uma roupa considerada inadequada: ficar pelado em sinal de protesto.
Entenderam o ponto? São atrasos opostos, mas que se combinam. De um lado, um moralismo tosco, que, em nome de um suposto decoro, não reconhece direitos individuais; de outro, gente que ainda acha que, sei lá, se mostrar o traseiro, os seios ou ou o Zezinho, vai ofender os satanizados “moral e bons costumes”. Uns não saíram das trevas ancestrais; os outros continuam em meados do século 20… Ou nem tanto. Na UnB, algumas moças tiraram o sutiã — ainda isso!!! —, mas, ao menos, mostraram a cara. Alguns rapazes, muito revolucionários, resolveram mostrar a cueca, mas esconder a cara. Talvez seja pra não deixar a mamãe chocada. Tenham paciência!
Quando é que uns e outros vão entender que revolucionário mesmo é respeitar O OUTRO e SE respeitar; quando é que uns e outros vão entender que revolucionário mesmo é distinguir a intimidade da praça pública?