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MINHA COLUNA NA FOLHA – De Marx a Marxilena

Nós, os "conservadores", já nos damos por satisfeitos se conseguirmos conservar as instituições neste sábado. Se não der para reformar o homem, que tal consertar o telhado?

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 4 jun 2024, 22h30 - Publicado em 15 jul 2016, 05h08

Leiam trechos:
E quando a gente esperava que do mato teórico de Marilena Chauí não saíssem mais coelhos, eis que ela reapareceu há dias num vídeo em que a menor das sandices é acusar o juiz Sergio Moro de fazer parte de uma conspiração liderada pelos EUA para desestabilizar o Brasil.

Com aquele seu modo muito particular de simular rigor intelectual escandindo sílabas, a professora revela o objetivo oculto disso tudo que estamos vivendo: “uzamericânu” querem ficar com o nosso pré-sal! Moro teria sido o instrumento que permitiu a Michel Temer dar o golpe. Agora, a tarefa do presidente seria “destruir a República, a democracia e o futuro”. Só isso. E convoca: “Nós não podemos permitir”.

Uma onda de melancolia percorreu alguns nichos de esquerda que se queriam na resistência.
(…)
Marilena foi tratada de forma jocosa, e até com desprezo, por seus pares de ideologia, mas cabe a pergunta: o enredo que eles têm em mente é muito diferente?
(…)
Isso tem história. Um dos livros de política mais instigantes que conheço, “O 18 de Brumário de Luís Bonaparte”, de Marx, poderia ser definido como um brilhante ensaio sobre o nada. O autor era um pouco mais requintado do que Marilena. Desmonta com impressionante rigor intelectual a maquinação conservadora que resultou no golpe das forças da reação.

Só que há um detalhe: a maquinação não existiu. Marx primeiro a constrói para depois desconstruí-la.
(…)
O conservadorismo, o nosso e o alheio, é muito menos imaginoso do que isso e está aborrecidamente preso ao curto prazo.
(…)
Nós, os “conservadores”, já nos damos por satisfeitos se conseguirmos conservar as instituições neste sábado. Se não der para reformar o homem, que tal consertar o telhado?
(…)
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