Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

O impeachment e duas entrevistas: Berzoini e Serra

Planalto baixa a bola; desde que foi deflagrado o processo, é a primeira vez um governista diz coisa com coisa; Serra fala em parlamentarismo

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h56 - Publicado em 7 dez 2015, 05h52

A Folha publica duas entrevistas nesta segunda que tratam da possibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff: a do senador José Serra (PSDB-SP) e a do ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). Evidentemente, querem coisas diferentes. Começo dando relevo ao que disse o petista, chamando atenção dos leitores para o fato de que, a ser uma postura do governo, parece que o Planalto descobriu que é preciso baixar a bola.

Berzoini insiste, claro, na tese furada de que não existem motivos para o impeachment e trata a questão como mera vingança de Eduardo Cunha (PMB-RJ), presidente da Câmara, como se fosse este o autor da denúncia. É evidente que sabe que está falando bobagem. Mas ninguém pode condená-lo por tentar defender o governo ao qual pertence.

O tom, no entanto, está muito abaixo daquele adotado pela presidente — e, por isso, mais prudente. Berozini fala agora o que Dilma deveria ter falado desde o primeiro dia. Diz ele: “A afirmação do governo virá pelo voto. Ou temos votos suficientes para vencer essa parada ou significa que o governo não tem base política para se manter como governo.”

É isso. Ponto final! Em vez de sair gritando “golpe” por aí, que procure vencer no Parlamento. E notem que, nesse caso, vencer pode ser perder feio: se o governo conseguir 172 votos, o outro lado, o que quer o impeachment, perde ainda que conquiste 341. Ou seja: o vencedor pode ter a metade dos votos do perdedor se for o governo.

Continua após a publicidade

Ora, se um governo não tiver nem isso, vai continuar por quê? Mas que se note, e já tratei disso em outro post: conquistar esse terço não quer dizer governabilidade posterior. Embora eu discorde, obviamente, de Berzoini, é a primeira reação racional do governo desde que foi deflagrado o processo.

O tucano José Serra também concedeu entrevista. Desmonta com clareza a bobagem inventada pelo PT de que estamos diante de uma guerra entre Dilma e Eduardo Cunha. Afirma: “Não se trata de uma disputa entre Dilma e Cunha. Quem está sendo julgada no pedido de impeachment é a presidente, apenas ela. Cunha irá responder por seus atos, e o processo dele é de outra natureza. Não existe uma escolha entre um e outro”.

Mas Dilma cometeu crime de responsabilidade? Serra responde: “Crime de responsabilidade não significa que o chefe do governo seja necessariamente corrupto, que tenha tirado proveito financeiro. Basta não ter tomado as providências para evitar que outros o fizessem. O país está parado, não tem governo. O juízo político não está descolado disso. O pano de fundo do impeachment é a crise econômica, política e moral. É inegável”.

Continua após a publicidade

A Folha pergunta em que condições o PSDB apoiaria um eventual governo Temer. Afirma Serra:
“Compromissos de um novo estilo de governo, com menos barganha. E questões programáticas propriamente ditas. Creio também que ele deixaria claro que não pretende ir para a reeleição. Isso facilitaria a composição. Eu e, espero, o meu partido batalharíamos para preparar a implantação do parlamentarismo a partir de 2018.”

Como sabem os leitores, é inevitável que o país volte a discutir o parlamentarismo. Parte dos desastres que aí estão se deve, sim, ao regime presidencialista. De toda sorte, notem que é preciso sair da paralisia para que o país volte a pensar o seu futuro. E isso só será possível sem Dilma.

Vamos torcer para que o governo não consiga formar aquela minoria de um terço na Câmara que nos manteria condenados à melancolia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.