Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Perguntas a um juiz que se diz “para a democracia”

O vídeo dos globais e subglobais que convocam a população do Rio para um protesto nesta quinta traz o depoimento de um juiz — João Damasceno — e de uma atriz que justifica, ainda que com interrogações de estilo oblíquo, o quebra-quebra dos black blocs. Diz ela: “[órgãos de imprensa] só reportam o que é […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h05 - Publicado em 30 out 2013, 15h15

O vídeo dos globais e subglobais que convocam a população do Rio para um protesto nesta quinta traz o depoimento de um juiz — João Damasceno — e de uma atriz que justifica, ainda que com interrogações de estilo oblíquo, o quebra-quebra dos black blocs. Diz ela:
“[órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.

Eu parto do princípio de que o juiz conhece o sentido das palavras. Como o seu depoimento está lá e como ele não emitiu nenhuma nota contestando o que disse a dita-cuja, infiro que concorde com as palavras da moçoila. Muito bem, juiz Damasceno, conte-me aqui (e, se houver resposta, publico):
– Uma Casa Legislativa é um “lugar simbólico” do quê? Não seria da democracia?
– Uma casa comercial é um “lugar simbólico” do quê? Não seria do empreendedorismo e do trabalho?
– Os equipamentos públicos da cidade são “lugares simbólicos” do quê? Não seriam da vida civilizada, da vida em sociedade, da vida compartilhada?

Eu acho que todo mundo pode e deve viver conforme a sua convicção. Se o juiz Damasceno integra as hostes que entendem que a violência e a depredação são parte da vida política, que renuncie, então, à toga, arcando com as consequências de suas escolhas.

Se ele acha, conforme a revista que serve à associação de esquerda à qual pertence, que os “Poderes do Estado” é que vandalizam, ele tem de deixar a sua condição de agente do poder desse estado — porque é isso o que ele é.

Eu quero saber: quando um banco é depredado, juiz Damasceno, que “lugar simbólico” é esse? É o do capitalismo? Ok. Admito que Damasceno também queira acabar com o capitalismo, mas não pode usar a toga como instrumento do seu anseio.

Aguardo a resposta. Abaixo-assinado não vale. Aprendi que juízes devem ser independentes porque se subordinam a duas instâncias: a) em primeiro lugar, às leis: b) em segundo, à sua consciência. Assim, não me serve resposta de “associação”. Juízes, quando se associam, pensam como corporação, e isso me parece o contrário da Justiça.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.