O ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, que substituiu Nestor Cerveró na diretoria Internacional da Petrobras, e o lobista João Augusto Henriques foram condenados nesta terça a quatro anos de prisão por fraude em licitação. De acordo com a sentença do juiz titular da 27ª Vara Criminal do Rio, Flavio Itabaiana, a dupla terá ainda de pagar uma multa de aproximadamente R$ 66 milhões. Ambos já estão presos em Curitiba. Zelada é acusado de ter direcionado uma licitação da área internacional da empresa em favor da Odebrecht. No processo, também foram condenados os engenheiros da Petrobras Aluísio Ferreira Filho, Alexandre Penna Rodrigues e Sócrates Marques da Silva; o advogado Venâncio Lopes Filho, o técnico Ulisses Sobral Calile e o biólogo Rodrigo Zambrotti Pinaud.
Zelada também é réu na Lava Jato. Ele é acusado de pertencer a um grupo que foi beneficiário de uma propina de US$ 31 milhões na construção de um navio-sonda da Petrobras.
Escreveu o juiz Itabaiana sobre Zelada: ” O réu tem uma conduta social reprovável, pois, apesar de sua condição social, ou seja, apesar de ser um profissional com nível de instrução superior e condição financeira elevada em relação à média da população brasileira, não trilha o caminho da ética e da honestidade, não se podendo perder de vista, ainda, que, por ser um profissional de nível superior e com condição financeira elevada, o réu teve oportunidades sociais que a esmagadora maioria dos réus nas ações penais não teve, não podendo sua pena, por conseguinte, ser a mesma que aquela de uma pessoa em situação idêntica, mas com poucas oportunidades sociais.”