A união dos sem-teto com black blocks era a principal preocupação dos responsáveis pela segurança da Copa do Mundo do Brasil, de acordo com nota de VEJA em 14 de maio de 2014.
Segundo o texto, o Ministério da Justiça havia identificado uma ocupação num terreno ao lado do Itaquerão, que receberia a abertura do evento poucos dias depois. Um dos mentores era Guilherme Boulos, citado pela primeira vez nas páginas da revista, e atualmente é pré-candidato à Presidência pelo PSOL.
Três meses depois, ele foi personagem de uma reportagem sob o título “Conhaque, mortadela e Boulos”. “Com Guilherme Boulos, os sem-teto passaram a adotar ações de impacto. Quem participa delas ganha, além de sanduíche de mortadela e conhaque Dreher, pontos para entrar no programa de distribuição de casas do governo federal”, relatava o texto.
A matéria traçava um perfil de Boulos, da adolescência em bons colégios de São Paulo à militância, cujo trabalho impulsionou o Movimento dos Trabalhadores Sem-teto. Segundo o texto, ele era chamado por seus detratores como “ativista-celebridade”, por ser figura assídua em programas de TV.
Em 25 de janeiro do ano passado, a revista noticiou a prisão de Boulos. “O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST), Guilherme Boulos é réu em três ações por depredação de patrimônio e lesão corporal e responde a outros cinco processos na esfera penal, todos sob segredo de Justiça. Com esse histórico, não foi exatamente uma surpresa quando, na semana passada, foi preso mais uma vez pela Polícia Militar durante uma ação de reintegração de posse de um terreno em São Paulo onde viviam 700 famílias”, diz o texto.
Depois da detenção, a Secretaria de Segurança paulista vazou uma informação falsa de que ele havia disparado um rojão contra um policial. A ação reforçou o discurso de Boulos, de que foi vítima de “prisão política”.