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Bolsonaro e seu comício sui generis

O que o ex-presidente espera com esse tipo de comício? Tem chance de dar certo?

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 12h08 - Publicado em 22 abr 2024, 11h06
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  • Apoiador de Jair Bolsonaro (PL) levanta bandeira com os dizeres "Obrigado, Elon Musk" durante ato de apoio ao ex-presidente na praia de Copacabana, em 21 de abril de 2024
    Apoiador de Jair Bolsonaro (PL) levanta bandeira com os dizeres "Obrigado, Elon Musk" durante ato de apoio ao ex-presidente na praia de Copacabana, em 21 de abril de 2024 (Dado Galdieri/Bloomberg/Getty Images)

    Bolsonaro fez mais um comício. Como tudo o que o ex-presidente faz, foi um negócio pouco convencional.

    O que se viu foi mais um ato eleitoral sem objetivo eleitoral. Afinal, a estrela do dia está inelegível, e elegíveis como Tarcísio, Zema e Caiado não foram. Os elegíveis sem cargo que foram, como Alexandre Ramagem, não discursaram porque a campanha eleitoral ainda não começou formalmente.

    Causa espécie a estirpe dos que frequentaram o evento: nunca se viu, num mesmo palanque, tanta gente investigada pela polícia. Lá estavam Bolsonaro, o filho Flávio, Ramagem, Valdemar Costa Neto, o general Braga Netto, os governadores Claudio Castro e Jorginho Mello, o deputado Gustavo Gayer, o pastor Silas Malafaia. Não surpreende que a principal reivindicação do evento seja a anistia para os criminosos do 8 de janeiro.

    Boa parte dos presentes está proibida pela Justiça de se encontrar ou se comunicar: a turma que quer dar um jeito no Brasil, precisa antes dar um jeito de não se encontrar (ou de se encontrar sem a polícia saber).  Foram necessários esquemas especiais de coordenação de hotéis e horários: Braga Netto chegou antes do começo, Valdemar no meio, Bolsonaro no fim — ninguém se viu.

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    Bolsonaro pediu uma salva de palmas para Elon Musk. Meio gauche isso de multidão brasileira aplaudir  bilionário estrangeiro hipócrita, mas quando a gente lembra que a turma já pediu ajuda a extraterrestres e cantou o hino nacional para um pneu, soa menos estranho.

    O inefável Malafaia, o mais notável e mais loquaz nos eventos de Bolsonaro, vociferou que “Alexandre de Moraes é uma ameaça à democracia” e chamou Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, de “frouxo, covarde, omisso” por não abrir um processo de impeachment contra o ministro. (Não disse se considera Arthur Lira, que engavetou 144 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, firme, corajoso e presente.)

    Michelle rezou. Carluxo esnobou. Romário também não foi, mas foi vaiado assim mesmo. Gustavo Gayer não foi vaiado, até porque ninguém entendeu o que disse: falou em inglês para ser compreendido por Elon Musk, e terminou declarando que “nós [os bolsonaristas] somos a esperança do mundo”.

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    O grupo de pesquisa Monitor do Debate Político, da USP, estimou o público em 32,7 mil pessoas, número pálido diante dos 185 mil presentes no último comício da Paulista. Sabe como é, domingo deu praia no Rio.

    Com calor, Bolsonaro mandou apressar o fim do evento. Eram 12 programados para falar, mas o paladino da liberdade de expressão cassou a palavra de 7. Do início oficial até o encerramento, se passaram apenas duas horas e meia.

    Com seus comícios, Bolsonaro espera demonstrar uma força popular que impeça a Justiça de prendê-lo. Não daria certo nem se o comício fosse espetacularmente bem sucedido. E não foi.

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    (Por Ricardo Rangel em 22/04/2024)

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