Renan Santos, coordenador do MBL, chamou a nação emebelista às armas: entre gritos e palavrões, convocou a militância à defesa do mandato do deputado Arthur Do Val (cuja cassação parece iminente) e vociferou que “precisamos de novos times”, de “líderes novos”.
O desespero se explica. A artilharia pesada sob a qual o MBL estava desde que Kim Kataguiri defendeu a existência do partido nazista, triplicou depois que vieram a público as infames gravações do deputado Arthur do Val.
Talvez Renan não seja o nome ideal para fazer a defesa do MBL. O dirigente foi companheiro de Do Val na viagem à Ucrânia — há quem diga que os dois nunca entraram no país —, e, em seus áudios, “Mamãe Falei” aponta Renan como seu guru na arte de seduzir mulheres.
Há algumas semanas, Renan se divertiu ao imaginar o assassinato de democratas, citando expressamente um importante jornalista e um ex-senador. Esta semana, o dirigente chamou Janaína Paschoal, que vem cobrando a prestação de contas das doações para a viagem, de “porca”.
Renan tem razão quando diz que o MBL precisa de líderes novos. Mas isso não basta: o movimento precisa também de dirigentes e coordenadores novos e melhores. Uns que tenham um mínimo de noção do que é viver em sociedade e comportar-se civilizadamente.
Se é que o movimento tem algum futuro pela frente. O que parece cada vez menos provável.