Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Imagem Blog

Ricardo Rangel

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Desoneração no STF: um problema grande e outro maior

Lula, o Congresso e o STF estão mostrando que ninguém precisa de Bolsonaro para gerar desarmonia entre os Poderes

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 11h58 - Publicado em 26 abr 2024, 12h05

Em 2011, o governo PT criou a desoneração da folha das empresas — a interessantíssima ideia de que dar moleza para alguns empresários acaba sendo bom para todos os cidadãos, inclusive (e especialmente) para quem não ganha a moleza.

Em 2023, o governo PT entendeu que a ideia serve para dar moleza para quem ganha a moleza e mais dureza para quem antes só tinha dureza. E resolveu acabar com o que é apenas mais um mecanismo de transferência de renda de pobre para rico.

Evidentemente, quem desfruta da moleza se mexeu e não só barrou a iniciativa no Congresso, como ainda a ampliou. Lula vetou. O Congresso derrubou o veto. Lula criou uma MP da “reoneração”. Viu que ia cair e recuou, mas…

Foi para o Supremo. Seu antigo advogado e velho amigo Cristiano Zanin atendeu ao pleito do ex-cliente e suspendeu trechos da desoneração.

Há dois problemas aí, um é grande, o outro é maior.

Continua após a publicidade

O grande é a desoneração em si, que representará um rombo de uns 15 bilhões. O Congresso tomou uma medida irresponsável (ainda que fique difícil o governo se comportar de maneira fiscalmente irresponsável e depois cobrar responsabilidade dos outros).

O problema enorme são dois. Um é Lula judicializar, ato hostil que desrespeita o Congresso e tenta ganhar a parada no grito. O outro é um ministro do STF (não eleito), suspender sozinho trechos de uma lei aprovada pela maioria absoluta dos parlamentares (eleitos): é uma interferência no Legislativo.

Tanto o STF como o Executivo estão com sérias dificuldades de relacionamento com o Congresso. Lula e Zanin acabam de contribuir deliberadamente para o conflito.

Continua após a publicidade

A decisão não vai sair de graça nem para o governo, que tem contra si várias pautas-bomba em tramitação, nem para o STF, contra o qual há várias medidas restritivas (mandato fixo, abolição das medidas monocráticas etc.) sendo discutidas.

A Constituição Federal, em seu artigo 2º, afirma que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Isso é tudo o que não se vê. O que se vê é um ambiente conflagrado, com medidas hostis sendo tomadas de parte a parte.

Até há pouco tempo, era o Executivo (com Jair Bolsonaro, em sua monomania golpista) que atacava incessantemente a independência e a harmonia entre os Poderes, e trazia grave risco contra a democracia.

Continua após a publicidade

Está claro que ninguém — nem Lula, nem Arthur Lira, nem Rodrigo Pacheco, nem os ministros do STF — precisam de Bolsonaro para criar conflito entre os Poderes.

E não há risco maior para a democracia do que esse conflito, que pode levar a um impasse.

(Por Ricardo Rangel em 26/04/2024)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.