Alguns dias depois de se referir a nordestinos como “paus de arara”, Bolsonaro foi ao Nordeste fazer campanha, onde se referiu a um nordestino como “cabeça chata”.
Espinafrou Fernando Henrique, que acabou com a inflação e botou todas as crianças na escola. Xingou Lula, que fez o Bolsa Família e o Luz para Todos.
Falou de si mesmo sem parar, mas mostrou como única realização o fato de que “estamos há três anos sem corrupção” — afirmação curiosa para quem deu 16 bilhões ao Centrão e vai dar mais 16 no ano que vem.
Bolsonaro está parecendo o Marechal Lott, rival de Jânio Quadros na campanha eleitoral de 1960.
Um dia um assessor de Jânio procurou o chefe:
“Doutor Jânio, o senhor não vai a Campinas fazer campanha?”
“O Lott já não foi lá?”
“Foi, sim, senhor.”
“Então não preciso ir.”
(Em tempo, segundo a última pesquisa, a rejeição a Bolsonaro no Nordeste voltou a subir.)