A chapa presidenciável formada pelos militares da reserva, o capitão Jair Bolsonaro (PSL) e o general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), tem impulsionado diversas candidaturas aos legislativos estaduais. No Rio Grande do Sul, o principal nome apoiado pela dupla que concorre à Presidência da República é o tenente-coronel Luciano Zucco. Segundo Mourão, são pelo menos 80 candidatos militares em todo o país.
Zucco concorre a deputado estadual pelo PSL, partido que confirmou sua candidatura na convenção realizada em 30 de julho. O tenente-coronel, que atua no Comando Militar do Sul, divisão que já foi chefiada por Mourão, agora está na condição de “agregado” do Exército. Se conquistar uma vaga na Assembleia, passa automaticamente para a reserva. Caso não se eleja, ele pode retornar ao Exército. “Nesse caso, volto e coloco minha farda. Brasil acima de tudo”, disse a VEJA.
Zucco já participou de missões de segurança em 15 países e atuou na segurança presidencial. Fez cursos no exterior na área de segurança e ministra cursos na área. Por isso, a segurança pública é a sua principal pauta. “Como deputado, quero priorizar a valorização da segurança, viabilizar recursos financeiros, equipar melhor polícias. Brigada Militar, Polícia Civil e Instituto Geral de Perícias estão com efetivo e equipamento defasados, estão desmotivados”, explicou à reportagem.
Outra proposta do tenente-coronel é sobre “princípios e valores”. “A ideia é trabalhar nos colégios a educação moral e cívica, símbolos patrióticos. Em Goiás, temos 37 colégios onde ex-militares trabalham a questão da hierarquia, patriotismo, hino nacional, trabalham a disciplina dentro das escolas. O professor precisa ser valorizado, os alunos precisam voltar a ficar de pé com a entrada do professor. Isso envolve o respeito, arrumar as classes quando as aulas terminam. São coisas que podem parecer bobas, mas para a criança pequena estrutura de novo a disciplina e autoridade do professor”, disse.
A respeito de Bolsonaro, Zucco afirma que o capitão da reserva é o seu candidato a presidente e que também tem seu apoio, assim como conta com o apoio do general Mourão, que gravou uma série de vídeos para ele. Zucco comentou o desempenho de Bolsonaro no programa de entrevistas Roda Viva, da rede Cultura. “Achei que ele foi bem. Colocaram ele em xeque o tempo todo. Não houve uma oportunidade de saber os projetos que ele tem e só coisas que ele falou ou deixou de falar, coisas que não envolviam diretamente ele, mas sim movimentos dos governos militares, questões de tortura. A gente tem que pensar num Brasil para frente, o que tem para melhorar. As coisas que foram ruins, sim, temos que aprender com os erros. Mas se ficar sempre voltando, não anda para frente”, opinou.
Em entrevista anterior a VEJA, Mourão defendeu uma “frente” de militares nas eleições de 2018: “Acho importantíssimo. Temos em torno de oitenta candidatos concorrendo aos mais variados cargos em disputa. Desde presidente, que é o Bolsonaro, até deputado estadual, como meu amigo tenente-coronel Zucco”.
O Rio Grande do Sul tem sete candidatos a governador e, nacionalmente, emplacou quatro candidatos a vice-presidente nas chapas majoritárias. No estado, Bolsonaro perdeu o palanque de Luis Carlos Heinze (PP), que abriu mão da candidatura própria e apoiará a candidatura do PSDB para governador.
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