Greve de fome e painel digital contra a reforma da Previdência
Deputados federais gaúchos foram pressionados no aeroporto enquanto embarcavam para Brasília e agricultores iniciarão jejum
Enquanto o governo federal alega que a reforma da Previdência é, na realidade, um “combate aos privilégios” e busca votar as mudanças na aposentadoria no próximo dia 18, trabalhadores e movimentos sociais protestam. No Rio Grande do Sul, dez agricultores iniciarão uma greve de fome na quarta para protestar contra as mudanças nas aposentadorias. Além disso, movimentos sociais têm pressionado os deputados federais do estado para que não votem a favor da reforma. As mudanças podem ser votadas pelo Congresso no dia 18.
Nesta terça, os deputados que se deslocavam de Porto Alegre a Brasília foram surpreendidos no portão de embarque do aeroporto com um caminhão de som e um painel digital. No painel, os dizeres “Se votar, nem voltem. Não roubem nossas aposentadorias” faziam o alerta aos parlamentares gaúchos.
“É difícil falar em déficit da Previdência enquanto a CPI do próprio Senado aponta que não tem déficit nem carência. A Previdência é superavitária, sobram recursos. O cálculo do déficit é feito omitindo receitas. Já enfrentamos as reformas em 2003, com o governo Lula, em 1998, com o Fernando Henrique Cardoso, o que estranhamos é que sempre se fala em alterar e nenhuma das reformas é suficiente”, disse a VEJA Ruy Almeida, coordenador jurídico do Sintrajufe (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no RS), presente no protesto no aeroporto de Porto Alegre.
A reforma de Temer tem sido chamada de “reforma da morte”. A greve de fome que será iniciada amanhã, na Esplanada da Assembleia Legislativa, no Centro de Porto Alegre, pretende chamar atenção para pontos críticos, especialmente nas aposentadorias dos agricultores. O jejum dos gaúchos segue o protesto iniciado em Brasília por sete agricultores que não comem desde o último dia cinco.