Mais de 600 refugiados venezuelanos que deixaram o país fugindo da fome para ingressar no Brasil serão deslocados pelo governo federal para o Rio Grande do Sul. A medida é chamada de “interiorização”. Eles serão trazidos em quatro voos da Força Aérea Brasileira (FAB).
Nesta sexta-feira, 24, o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Bertame, visitou as cidades de Esteio e Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, onde serão alugados apartamentos para as famílias. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também acompanhou a visita nos imóveis.
No total, a pasta destinará 1,5 milhão de reais às prefeituras das duas cidades para que as cidades abriguem os venezuelanos, que devem chegar em setembro. Os imóveis serão locados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). O Exército será responsável por fornecer alimentação aos refugiados.
Em Esteio, são esperadas 221 pessoas que ocuparão 47 apartamentos distribuídos em uma pousada e em um alojamento. Conforme o ministério, a “distribuição das pessoas nos apartamentos depende da composição familiar”. Por sua vez, Canoas aguarda 425 venezuelanos que contarão com 120 apartamentos locados em diferentes hospedagens. Serão 646 pessoas vindas da Venezuela, no total.
Conforme VEJA apurou, já são 820 venezuelanos interiorizados pelo governo federal até o momento. A maioria foi deslocada para São Paulo (287), seguido por Manaus (165), Cuiabá (119), Rio de Janeiro (86), Pernambuco (69), Brasília (50) e Paraíba (44).
Durante passagem por Porto Alegre, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Westphalen Etchegoyen, disse que a miséria da Venezuela também é responsabilidade do Brasil, “que ajudou a sustentar a tragédia” no país vizinho.
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) defende que o excedente de arroz e leite produzidos no Rio Grande do Sul poderiam ser adquiridos pelo governo para ajudar na alimentação dos refugiados que vivem em Roraima.
Siga VEJA Rio Grande do Sul no Twitter.