A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) pode votar a favor do projeto do PSDB para manutenção do ICMS no Rio Grande do Sul pelos próximos dois anos. Normalmente as duas siglas ficam em “lados opostos” na Assembleia gaúcha. Porém, o PT está disposto a apoiar a iniciativa do futuro governador, Eduardo Leite, que tem se reunido com diferentes bancadas para dialogar sobre os projetos.
Em reunião com Leite na manhã desta terça, 4, os petistas apresentaram pedidos para que o apoio dos onze parlamentares seja confirmado. A principal delas é o fim do atraso e parcelamento dos salários dos servidores do Executivo, que se prolonga por mais de três anos na gestão de José Ivo Sartori (PMDB). Outro pedido é que termine os calotes nos hospitais e escolas, outra prática frequente na gestão de Sartori.
Além disso, o PT sugere a redução do imposto na cobrança da conta de luz para quem consome até 100kw, a inclusão do gás de cozinha na cesta básica e projeto de lei que altere o imposto sobre heranças e doações.
“Reconhecemos a legitimidade do futuro governo em estar propondo a medida [manutenção do ICMS], pois o estado vive hoje uma situação muito pior que há quatro anos. Sartori agravou extraordinariamente a situação econômica do Rio Grande do Sul. Mesmo completando em dezembro 18 meses sem pagar a dívida com a União, acumulou um passivo acima de R$ 800 milhões na área da saúde. Um governo que ao longo de quatro anos fez opções que a bancada do PT discordou frontalmente, como a de não pagar os salários em dia, além de faltar com a verdade em relação à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal ao esconder a exigência feita pela União em privatizar a Corsan e o Banrisul – além das empresas CRM, Sulgás e CEEE”, disse o deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), líder da bancada petista, à imprensa.