Nos bastidores do Senado Federal, Renan Calheiros (MDB) tem boa reputação. É visto como afável, bom conversador, boa fonte, respeitoso com as finanças públicas e entusiasta de inovações institucionais que não lhe tiram relevância – como a Instituição Fiscal Independente, a melhor notícia dos últimos vinte anos no Brasil.
Mas fora de Brasília, exceto em Alagoas, sua imagem é a pior possível. Calheiros é investigado em 14 inquéritos policiais. Já renunciou à presidência do Senado, em 2007, por suspeita de ter suas despesas pagas pela empreiteira Mendes Júnior. Tem ampla ficha corrida. Enfrentou campanha do Ministério Público Federal nas redes sociais contra sua candidatura à presidência do Senado. Não resistiu: perdeu para Davi Alcolumbre (DEM), senador de primeiro mandato, eleito em 2014, ligado a Onyx Lorenzoni (DEM), ministro da Casa Civil.
É a maior vitória do governo Bolsonaro até agora. Com Rodrigo Maia (DEM) na presidência da Câmara dos Deputados e Alcolumbre presidindo o Senado, a Reforma da Previdência deverá ter vida relativamente fácil no Legislativo. Se os militares forem incluídos, a aceitação popular da reforma também deverá ser razoável.
Até ontem, eu considerava Onyx um amador na política. Engulo minhas palavras.