Há dez anos, o guia PLACAR de um Brasileirão repleto de craques
Neymar, Ronaldinho, Luis Fabiano, Adriano... edição de 2011 destacou o talento de seus protagonistas, mas falhou em alguns palpites
Uma década atrás, o Campeonato Brasileiro viveu uma edição memorável, repleta de craques de diferentes gerações e nacionalidades. Em um contexto econômico favorável, os clubes puderam investir na repatriação de nomes consagrados e manter suas joias por mais tempo. Os veteranos Ronaldinho Gaúcho, do Flamengo, e Luis Fabiano, do São Paulo, além do jovem Neymar, do Santos, eram as grandes estrelas, com os argentinos Walter Montillo, do Cruzeiro, Darío Conca, do Fluminense, do Inter, correndo por fora pelo prêmio de craque do Brasileirão 2011.
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Evidentemente, o guia PLACAR do Brasileirão 2011 destacou a qualidade dos elencos. A matéria de abertura, escrita pelo editor-chefe Sérgio Xavier Filho, estampou: “É luxo só”, em referência ao aporte financeiro que as equipes receberam pela negociação dos direitos de transmissão com o Grupo Globo. No decorrer do texto, a revista escalou Santos, São Paulo, Cruzeiro e Internacional como favoritos ao título. “É um campeonato que começa com favoritismo diluído”.
Seguindo a tradição, a revista palpitou sobre a “briga” de cada time. Alguns equívocos, claro, foram inevitáveis no sempre imprevisível campeonato nacional. No início, o Corinthians, que se sagraria o campeão daquela edição, vivia fase complicada, com a eliminação precoce da Libertadores e a aposentadoria de Ronaldo Fenômeno. O alvinegro contava com a volta do centroavante Liédson, mas a lesão de Adriano Imperador não permitia tanta empolgação. Assim, PLACAR cravou: “Sem estrelas e com Adriano contundido, o Corinthians se torna um time comum.”
Outro equívoco das previsões antes do início do campeonato foi apontar o Cruzeiro como favorito ao título. O time mineiro ficou com o vice-campeonato em 2010, tinha um elenco entrosado e Cuca, treinador na ocasião, podia escalar boas peças, como Montillo e Roger Flores. No final do Brasileirão, o clube mineiro só se salvou do rebaixamento na última rodada.
O grande destaque do campeonato era a dupla Neymar e Paulo Henrique Ganso. Os jovens encantavam e tinham levado o Santos ao título paulista e da Libertadores daquele ano. O trunfo final era estar sob comando de Muricy Ramalho, tricampeão pelo São Paulo (2006, 2007 e 2008) e pelo Fluminense (2010). “O time de garotos agora é comandado por um especialista”.
O Peixe acabou perdendo o embalo necessário para administrar a temporada e terminou apenas em 10º. Houve, porém, tempo para Neymar dar um show histórico, diante do Flamengo, na Vila Belmiro. Foi na derrota por 5 a 4, com atuação de gala de Ronaldinho, que o atacante santista marcou o golaço que recebeu o prêmio Puskás daquele ano. Ele também ergueria a Bola de Ouro oferecida por PLACAR ao melhor jogador do Brasileirão.
PLACAR também deu algumas bolas dentro, como ao apontar que três dos quatro rebaixados brigavam para não cair: América Mineiro, Athletico e Avaí. No entanto, falhamos ao incluir o trio carioca no segundo pelotão: Vasco, Fluminense Flamengo terminariam no G4, apenas atrás do campeão Corinthians.