3 tramas absurdas que confirmam a falta de rumo de ‘Travessia’
Novela das 9 da Globo se perde em seus próprios enredos e não tem perspectiva de melhora
No ar desde outubro, Travessia não consegue emplacar na audiência. Após cem capítulos e uma tragédia que poderia marcar a virada da novela das 9 da Globo, atiçando a curiosidade do público, mais uma chance foi perdida pelo folhetim escrito por Glória Perez. De todas as tramas absurdas que dão a impressão de que a história não anda para nenhum lugar, três acontecimentos da história se destacam: o acidente tosco de Guerra (Humberto Martins) e Cidália (Cassia Kis), a briga pela guarda de Tonho (Vicente Alvite) e o robô garçom do “núcleo humorístico”.
Em um capítulo recente, uma bomba explodiu no carro onde Guerra e Cidália estavam. O veículo ardeu em chamas rapidamente e literalmente deu uma cambalhota no ar. Sequência que poderia ser impactante, se as duas vítimas do aparente atentado tivessem morrido. Além do fato de Chiara (Jade Picon, que ainda pena para atuar) descobrir o acidente do pai e aceitar ficar imóvel em sua mansão a mando do namorado, Ari (Chay Suede), o empresário e sua sócia terem sobrevivido à tragédia soou exagero até mesmo para uma ficção. No momento, vemos a novela girar em círculos com os personagens internados no hospital e com Ari, o novo vilão, à espreita e cheio de vontade de cometer vários crimes em nome da ganância.
A disputa entre Ari e Brisa (Lucy Alves) pelo filho, Tonho, na Justiça também não sai do lugar há semanas. Com uma guerra travada entre o ex-casal, o drama ganhou tons ainda mais cinzas e cansativos com o romance da protagonista com Oto (Rômulo Estrela), o hacker que vive em uma sinuca de bico entre a amada e os interesses de Moretti (Rodrigo Lombardi), que o contratara para cometer crimes cibernéticos invadindo o sistema de licitações dos casarões históricos do Maranhão –detalhe que poucos se lembram.
Para coroar a lista temos Haroldo, um robô que trabalha de garçom no bar de Nunes (Orã Figueiredo) e compete pela atenção dos clientes com Joel (Nando Cunha), de carne e osso. A história do androide que faz ciúme no colega humano não faz nem cócegas no público, mas representa muito bem a falta de rumo de Travessia.