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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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A curiosa semelhança de conservadora de ‘Terra e Paixão’ com Damares Alves

Religiosa interpretada por Alexandra Richter toca o terror na novela das 9 da Globo

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 00h02 - Publicado em 26 jul 2023, 20h15

Terra e Paixão será tomada por uma leve onda conservadora nos próximos capítulos com a chegada de Nice (Alexandra Richter) à novela das 9 da Globo. A personagem tocará o terror no bar de Cândida (Susana Vieira), o Naitendei, que estará sob o comando de Luana Shine (Valéria Barcellos). A gerente transsexual mal terá conseguido retomar o controle do boteco após a aparição de Berenice (Thati Lopes) como suposta herdeira do estabelecimento, e agora precisará encarar uma religiosa fervorosa e preconceituosa. Curiosamente, a caracterização de Nice se assemelha à aparência da senadora Damares Alves, antiga ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) — como também algumas de suas atitudes. Além de cabelos pretos e curtos e vestimentas mais recatadas, Nice e Damares partilham de ideais conservadoras — no que seria uma leve alfinetada de Walcyr Carrasco à classe evangélica.

Com a morte de Cândida, o bordel de Terra e Paixão deveria ter ficado sob os cuidados de Luana, conforme desejado pela personagem de Susana Vieira em testamento. Entretanto, quando o documento sumiu, Berenice apareceu sob a justificativa que seria a herdeira do bar, assumindo o controle de tudo. Agora que será provado que Berenice não é quem diz ser, Luana deveria ser empossada como a nova proprietária, mas um advogado surgirá justamente com Nice alegando ser a única parente viva de Cândida e impondo mudanças radicais. Para começar, a missionária tentará “botar ordem” no local, a começar por Kelvin (Diego Martins) e Luana.

Nice falará que Kelvin se desviou do bom caminho e que terá que se vestir como “homem”, insinuando até que sabe de uma “cura” para ele. À Luana, a religiosa dirá que a gerente “precisa ser consertada, voltando a ser o que era”, em referência à transição de gênero.

Na vida real, Damares Alves, enquanto ministra, chegou a se reunir com integrantes de um movimento que defende a “cura gay” em 2019. A política, educadora e advogada também sempre defendeu ser contra a ideologia de gênero e ao tomar posse, também em 2019, surgiu em um vídeo falando “menino veste azul e menina veste rosa”.

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