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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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A polêmica da vez que Glória Perez vai explorar em ‘Travessia’

Nova novela das 9 da Globo usará vídeos de deepfake para falar dos perigos da internet na sociedade moderna

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 out 2022, 15h14 - Publicado em 10 out 2022, 15h08

Conhecida por adiantar tendências e repercutir temas espinhosos da sociedade, Glória Perez abordará os malefícios da internet em Travessia, novela das 9 que substitui Pantanal na Globo a partir desta segunda-feira, 10. Na trama, a mocinha Brisa (Lucy Alves) é vítima de uma deepfake, uma mídia digital que usa inteligência artificial para simular pessoas falando ou fazendo algo de forma realista, com mentiras quase imperceptíveis. Associada ao sequestro de uma criança em uma montagem feita de brincadeira, a personagem é linchada na rua.

A história escrita por Glória foi inspirada em um caso real. No Guarujá, litoral de São Paulo, em 2014, uma mulher foi de fato espancada até a morte após ter sido vítima de um boato falso de que sequestrava bebês. Recentemente, vídeos do Jornal Nacional com as vozes de William Bonner e Renata Vasconcellos foram usados com a tecnologia deepfake em notícias falsas relacionadas a pesquisas de intenção de votos nas eleições. No folhetim, a autora também trata de metaverso, uma sociedade que só existe no mundo virtual, mostrando uma nova forma de capitalização de recursos através da negociação de criptomoedas (dinheiro virtual).

Com os temas tecnológicos, Glória Perez pretende criar discussões sobre os limites da exposição nas redes sociais, os perigos das notícias falsas e as consequências de crimes cibernéticos. A autora tem o costume de usar debates relacionados à tecnologia que estão em alta na sociedade em suas novelas. Em 1985, ela escreveu uma história sobre fertilização in vitro, um ano após o primeiro bebê de proveta nascer no Brasil. Devido ao tema polêmico, a novela Barriga de Aluguel só foi ao ar em 1990. Em O Clone (2001), a autora usou o tema de clonagem humana, cinco anos após a ovelha Dolly ser clonada nos Estados Unidos. Em 1995, a dramaturga entrou no tema namoro virtual com Explode Coração (1995), cujo casal protagonista  se conhece na internet por meio de uma plataforma parecida com o Skype, que só seria lançado oito anos depois da novela.

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