Ator conta como foi de nobre em Downton Abbey a elfo em Anéis do Poder
Britânico Charles Edwards falou sobre a interpretação do sábio elfo Celebrimbor na nova temporada da série da Amazon Prime Video
Conhecido por interpretar personagens aristocráticos ou nobres, em Downton Abbey e The Crown, o britânico Charles Edwards dá vida ao sábio elfo Celebrimbor, responsável por forjar o anel mais poderoso da Terra Média. Na segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, Celebrimbor, no entanto, será ludibriado por Annatar, uma versão humana do vilão Sauron. Em entrevista a VEJA, o ator comentou sobre seu papel e a importância das séries de fantasia no imaginário popular.
A segunda temporada de Os Anéis do Poder promete ser mais agitada e, finalmente, fazer a história avançar. Se na primeira fase o roteiro privilegiou a apresentação dos personagens, agora, a ideia é desenvolver a trama. Com um orçamento bilionário, a série se tornou uma das apostas mais ousadas e arriscadas da Prime Video por contar uma parte da história do Senhor dos Anéis mencionada apenas em notas de rodapé por seu criador J.R.R. Tolkien.
Ambientada na Segunda Era, os acontecimentos precedem em milhares de anos aos ocorridos na trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, e conta sobre a ascensão de Sauron e sua aliança com os Orcs, culminando na guerra travada contra a aliança dos homens, anões e elfos. Confira a seguir os melhores trechos:
Sua carreira foi marcada por personagens aristocráticos ou nobres, como em Downton Abbey ou em The Crown. Como a experiência o ajudou a dar vida a sábio elfo Celebrimbor? Esses trabalhos foram úteis porque carregaram consigo muita autoridade e experiência. Lembro, no entanto, que estava interpretando um rei no teatro e o diretor disse: “Não faça o papel de rei. Deixe que todos ao seu redor o tratem como um rei”. Então cabe a todos fazerem de você um rei. Acho que isso faz muito sentido. Interpretar esse personagem tem mais a ver em transmitir isso. Gosto de concentrar mais nas vulnerabilidades dos personagens que interpreto e no tipo de esquisitices e coisas sobre eles que eles provavelmente não gostariam que outras pessoas soubessem.
Mesmo assim, nesta segunda temporada, Sauron se apresenta para ele como Annatar e o engana. Como é possível? Ele se apresenta como um mensageiro dos deuses. Se um mensageiro dos deuses aparecesse na minha casa, provavelmente eu ouviria o que ele tem a dizer. Me incomoda que um homem inteligente possa ser facilmente enganado, mas não me incomoda tanto pelo fato de ele ter conhecido Sauron naquelas circunstâncias. No entanto, acredito que a vaidade de Celebrimbor é tal que ele teria sido enganado mesmo se Annatar não tivesse aparecido naquele disfarce.
O gênero de fantasia é algo que o agrada? Muito. Nesta temporada, particularmente, devido à natureza das cenas que representamos, somos essencialmente só eu e ator Charlie Vickers, que interpreta Annatar. E isso foi muito gratificante para nós dois. Não parecia uma série de fantasia. Parecia muito… eu hesito em usar a palavra humano, mas você entende o que quero dizer? É uma história muito psicológica entre nós dois. É quase caseiro, de um jeito engraçado, apenas duas pessoas em uma sala jogando jogos mentais uma com a outra, uma mais que a outra, é preciso dizer. Nossa história é uma batalha psicológica. E isso tornou tudo realmente emocionante.
Há também uma metáfora importante no trabalho de Celebrimbor de colocar sua vaidade acima de tudo para criar um objeto tão poderoso e perigoso quanto o Um anel? Sim, acho que existe. Um de seus grandes bichos-papões de Tolkien foi a ascensão da indústria, a pressa para criar, para maquinar tudo, se essa é a palavra correta. A pressa para o “progresso”. Seu grande amor era o silêncio do campo. Então, eu acho que sim, ele está fazendo um comentário sobre o desejo élfico de sucesso no artesanato, ao mesmo tempo que o elogia e reconhece a indústria dele. Acho que ele nos alerta sobre ficarmos grandes demais para nossas botas, ficarmos muito ambiciosos, muito gananciosos, sim.
Na sua opinião, por que as pessoas gostam tanto de séries de TV de fantasia? Acho que porque é, especialmente num mundo como o de Tolkien, tão completamente desenvolvido. Cada detalhe é coberto. Ele criou um mundo inteiro. E acho isso muito gratificante. É uma fuga. É como quando você está dormindo e sonha, eu sempre disse que você pode acordar e dizer a si mesmo que realmente teve aquela experiência porque a sonhou. Sabe quando você tem um sonho, algo extraordinário acontece com você? Tecnicamente, você poderia acordar de manhã e dizer: tive essa experiência. Acho que é uma fuga e uma oportunidade para as pessoas jogarem em mundos que, de outra forma, obviamente não estariam disponíveis para elas.
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