Cinco filmes que são pérolas escondidas na Netflix
Desde clássicos até longas nacionais pouco conhecidos, confira uma seleção de títulos que garantem um bom cineminha caseiro
Em meio a tantas novidades lançadas em velocidade estonteante na Netflix, diversas produções valiosas – mas nem tão faladas assim – acabam ofuscadas. Pensando nisso, VEJA listou cinco longas presentes na plataforma de streaming que são verdadeiras pérolas escondidas, garantindo uma boa sessão pipoca. Confira:
Gran Torino
Dirigido e protagonizado por Clint Eastwood, Gran Torino (2008) retrata um rabugento e agressivo veterano da Guerra da Coreia que passa a ter como vizinhos imigrantes do Laos, de etnia hmong. Declaradamente preconceituoso, Walt Kowalski (Eastwood) acaba por se aproximar dos jovens da casa ao lado ao defender o adolescente Thao (Bee Vang) quando este é forçado por uma gangue a roubar seu estimado carro — um Ford Gran Torino. Assim, Walt passa a ser considerado herói pela família que até então desprezava. Polêmico pelo racismo explícito e bastante violento, o drama apresenta o típico homem bruto de Eastwood tendo de rever seus conceitos quando suas crenças são postas em xeque.
Boa Sorte
No longa nacional Boa Sorte (2014), o jovem João (João Pedro Zappa) é internado pela família em uma clínica psiquiátrica por causa de problemas comportamentais. Diagnosticado com depressão, ele conhece no local Judite (Deborah Secco), uma paciente HIV positiva em fase terminal. Judite, já mais velha, é o primeiro amor de João, ainda na adolescência. O romance é retratado de maneira tocante e com pitadas de humor, em contraste à hostilidade do ambiente e às dificuldades enfrentadas pelas personagens. A história é baseada em um conto da coletânea Tarja Preta, do cineasta e roteirista Jorge Furtado, e conta também com participações de Fernanda Montenegro e Cássia Kis no elenco.
Samba
Protagonista do recente sucesso Lupin, da Netflix, o francês Omar Sy ficou inicialmente conhecido por Intocáveis (2011). Dos mesmos diretores, Éric Toledano e Olivier Nakache, Samba (2014) apresenta Sy no papel-título, um imigrante senegalês que vive há dez anos na França de modo ilegal e lida diariamente com o risco de ser descoberto. Nesse contexto, conhece Alice (Charlotte Gainsbourg), agente da imigração que irá ajudá-lo — e com quem acaba se envolvendo. O longa francês é um drama social com toques de comédia romântica, e tem como alívio cômico o personagem Wilson (Tahar Rahim), um árabe que se finge de brasileiro. Destaque para a trilha sonora do filme, que inclui canções de Gilberto Gil e Jorge Ben Jor.
Boi Neon
Outra produção brasileira que vale conferir no catálogo da Netflix é Boi Neon (2015). Uma história sobre sexualidade no Brasil profundo, o longa traz Juliano Cazarré na pele de Iremar, um peão que trabalha em vaquejadas pelo Nordeste — mas cujo sonho é tornar-se estilista de moda. Nesse road movie nacional, Iremar coleciona revistas, tecidos e manequins abandonados pelo caminho, viajando na companhia das personagens Galega (Maeve Jinkings) e Geise (Samya de Lavor), uma criança. Entre 2015 e 2017, Boi Neon foi premiado Brasil afora, como no Festival de Toronto, em que levou o Prêmio Especial do Júri.
Distrito 9
Muitas são as produções de ficção científica que imaginam como seria um possível contato humano com seres alienígenas. Distrito 9 (2009) contribui para a lista mostrando extraterrestres que, ao buscar refúgio na Terra, ficam confinados em um local de péssimas condições na África do Sul, onde são tratados com desprezo e preconceito pelo governo. Trata-se de uma alusão ao apartheid, regime de segregação racial implementado no país entre 1948 e 1994. Dirigido por Neill Blomkamp, o longa foi indicado a quatro categorias no Oscar em 2010, incluindo o de Melhor Filme.