Ao disponibilizar no ano passado seu amplo conteúdo de filmes clássicos na plataforma Disney+, a empresa americana sofreu críticas por cenas de teor preconceituoso com negros e indígenas. Em vez de editá-los, a Disney preferiu, recentemente, adicionar antes da exibição do longa uma mensagem avisando sobre o conteúdo. A mesma prática foi repetida no Brasil, que recebeu nesta terça-feira a plataforma de streaming no país.
O anúncio aparece por poucos segundos e diz: “Este programa inclui representações negativas e/ou maus tratos de pessoas ou culturas. Estes estereótipos eram incorretos na época e continuam sendo incorretos hoje em dia. Em vez de remover esses conteúdos, queremos reconhecer o impacto nocivo que eles tiveram, aprender com a situação, e despertar conversas para promover um futuro mais inclusivo juntos”.
A mensagem aparece antes dos filmes Dumbo (1941), Peter Pan (1953), Aristogatas (1970), A Dama e o Vagabundo (1955) e A Cidadela dos Robinsons (1960). O aviso ainda indica que o público acesse o site Stories Matter, que traz explicações sobre as razões de cada filme ter recebido a mensagem de alerta.
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Peter Pan, por exemplo, apresenta nativos americanos de forma estereotipada, e os chama constantemente de “peles vermelhas”, um termo pejorativo. Em Dumbo, um grupo de Corvos encarna uma visão estereotipada da comunidade negra — um deles se chama Jim Crow, nome das leis de segregação racial que vigoraram nos Estados Unidos até os anos 1960. Já Aristogatas e A Cidadela dos Robinsons trazem representações preconceituosas de asiáticos.
A ação segue uma tendência também abraçada pela HBO antes da exibição de …E o Vento Levou (1939), acusado de racismo ao apresentar escravos ingênuos e felizes com a condição da escravidão.