Em sua última temporada, série ‘Dom’ honra legado de Breno Silveira
Em entrevista a VEJA, Gabriel Leone e Flávio Tolezani relatam como foi gravar a fase final da série após a morte repentina do criador da trama em 2022
A terceira e última temporada de Dom chegou nessa sexta-feira, 24, ao Prime Video, colocando um ponto final na história do “bandido gato” que aterrorizou o Rio de Janeiro no início dos anos 2000 ao comandar uma quadrilha de assaltos a condomínios de luxo. Criada por Breno Silveira, que morreu de infarto fulminante em 2022, aos 58 anos, pouco depois de encerrar as gravações da segunda fase da produção, a série teve que gravar seu desfecho sem a batuta do mestre — que deixou a temporada final escrita mas, infelizmente, não pode vê-la sair do papel. Em entrevista a VEJA, Gabriel Leone e Flávio Tolezani relatam que, apesar da tristeza da perda, o que reinava nos bastidores era uma vontade coletiva de honrar o legado do cineasta.
Segundo Tolezani, Breno tinha a produção como um projeto de vida, o que motivou a equipe a tocá-la seguindo os ideais de seu criador. “Mais do que tudo, é uma homenagem a ele. A perda foi muito difícil pra gente mas, ao concluir a série, entregamos ao Breno esse trabalho, que é o que ele gostaria que fosse feito”, relata o intérprete de Victor Dantas, o pai de Pedro Dom. “É muito triste voltar para o set e terminar a história sem ele mas, ao mesmo tempo, é bonito e emocionante sentir a presença dele no dia a dia, mesmo que não fisicamente”, complementa Leone, que vive o protagonista da série, e atesta que Breno “deixou impresso o DNA dele na história e na forma de contá-la”.
Os atores contam ainda que muitas das decisões no set foram tomadas pensando no que o cineasta faria, processo facilitado pelo fato de a equipe por trás da produção trabalhar há anos com o diretor. “Ele tinha uma característica de criar famílias. Ele formou muitos daqueles profissionais e, em todas as nossas as decisões, a gente sentia que estava seguindo um norte que ele já tinha estabelecido”, explica Leone, que é corroborado por Tolezani. “O que a gente sempre repete é que o Breno estava com a gente o tempo todo, porque tudo o que a gente construiu e criou foi fundamentado pelo o que ele fez”.
Lançada em 2021, Dom é inspirada na história real de Pedro Machado Lomba Neto: filho de um policial militar e morador da zona sul, ele foi do vício em drogas ao crime organizado, e comandou uma quadrilha de assalto a condomínios que atuou em bairros nobres do Rio de Janeiro entre 2004 e 2005. A nova leva de episódios — cinco, no total — acompanha os últimos momentos de Dom no crime e na vida, encaminhando a história para o final derradeiro. “É uma temporada muito intensa. A história se afunila cada vez mais e gera pressão em cima de todos os personagens. Também é uma contagem regressiva em cima de uma tragédia anunciada”, descreve Leone.
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