Selton Mello estrela a primeira audiossérie de sua carreira com França e o Labirinto, produção inédita do Spotify que estreia nesta terça-feira, 29. Na trama de treze episódios, o ator de 50 anos empresta sua voz a Nelson França, um detetive que sempre vê os detalhes que ninguém consegue — até mesmo após um acidente tê-lo deixado cego. Com uma trama envolvente, o herói precisa caçar um assassino em série que escapou da prisão e voltou a matar. Em entrevista a VEJA, Mello falou sobre o novo projeto criado pelo grupo Jovem Nerd e produzido em áudio binaural, em 3D, que dá a sensação ao ouvinte de estar no mesmo ambiente que seus personagens.
Confira:
Sua carreira é repleta de trabalhos de dublagem. Sentiu muita diferença em fazer uma audiossérie? Acho que tem boa parte do público que não sabe que eu fui dublador profissional, trabalhei com dublagem dos 12 até os 22 anos, especificamente na Herbert Richards, que é uma grande casa de dublagem que não existe mais, infelizmente, mas que dominava ali nos anos 80, 90, e foi uma época muito rica da minha vida. Fazer essa série foi interessante, porque tem um texto muito bom, tem essa tecnologia do áudio 3D (binaural) que é inovadora, pelo menos para mim, que sou muito analógico. E achei instigante interpretar um detetive cego e decadente.
É mais confortável entregar a voz a um trabalho sem precisar mostrar o rosto? Sei que o público que me acompanha tem um negócio com a minha voz, gostam de me ouvir, então acho que fazer uma série na qual interpreto um detetive e só podem ouvir a minha voz é um prato cheio.
Com a onda do true crime dominando séries, filmes e podcasts, o que pensa sobre esse fenômeno do gênero? Eu particularmente não gosto de true crime, mas reconheço que é interessante. O ser humano tem um lado abutre, de querer ver a desgraça das histórias. Por isso programas como o Linha Direta [da Globo] e Cidade Alerta [da Record] sempre existiram. Acho que é instinto básico do ser humano gostar.
França e o Labirinto terá novas temporadas? Essa série foi desenhada para ser uma história fechada, com início, meio e fim, mas o França é um personagem muito cativante. E essa turma que bolou isso é muito criativa, então esperamos que dê muito certo. Eu faria dez temporadas.