Como decidiu que o terror era o que queria fazer na sua vida? O terror era o oposto do eu queria quando criança. Eu era medroso demais. Fingia estar doente quando tinha uma festa do pijama com filmes de terror. Era vergonhoso. Então, comecei a ler Stephen King e Christopher Pike e ver alguns filmes. Percebi que o terror me fazia mais corajoso.
Suas tramas são um tanto existencialistas. Gosta de filosofia? Eu adoro e gosto de tratá-la seriamente. A chance de discutir ideias sobre o universo, a natureza humana, quem somos e nossas experiências é algo irresistível para mim.
Por isso os monólogos são tão presentes no seu trabalho? Sem dúvida. Monólogos são uma arte em extinção. A indústria do entretenimento treinou o público para esperar tramas rápidas. É raro que se discuta algo profundamente. Por isso, luto por cada palavra.
Quais suas principais inspirações no terror? Christopher Pike e Stephen King na escrita. Na direção, Wes Craven, John Carpenter, Sam Raimi, Clive Barker. Minha carreira é uma tentativa de emular na tela a experiência de ler um livro de Stephen King.
Suas séries têm um clubinho de atores recorrentes. Por quê? Desenvolvemos uma conexão diferenciada. Trabalhamos com Henry Thomas oito vezes. Kate Siegel e eu nos demos tão bem que nos casamos. Trevor Macy produziu tudo o que fiz nos últimos anos. Somos como uma verdadeira família, e tenho a sorte de trabalhar com pessoas com as quais me importo.
Publicado em VEJA de 19 de outubro de 2022, edição nº 2811