O tiro no pé que a Globo pode dar ao reprisar remake de ‘Cabocla’
Folhetim de Benedito Ruy Barbosa será reprisada na faixa Edição Especial
Com intenção de levantar os números de audiência de sua faixa Edição Especial, que exibe reprises de novelas antes do Vale a Pena Ver de Novo, a Globo escolheu reexibir o remake de Cabocla, de 2004, para substituir Cheias de Charme. A aposta, entretanto, pode ser um grande tiro no pé da própria emissora, já que o ibope morno da adaptação de Renascer na faixa das 21h mostra que o público está um pouco saturado de novelas de trama rural — a mesma temática de Cabocla, além do remake de Pantanal em 2022 e da novela Terra e Paixão em 2023 — ambas novelas das 9 da Globo.
Inspirada no romance homônimo de Ribeiro Couto (1898-1963), Cabocla foi exibida pela primeira vez na hoje extinta TV Rio em 1959, e ganhou um primeiro remake em 1979 na Globo, com Gloria Pires e Fábio Jr. nos papéis principais. Coube a Benedito Ruy Barbosa fazer tanto a adaptação de 1979, quanto a de 2004, que teve Vanessa Giácomo e Daniel de Oliveira como os protagonistas da vez.
Criada para salvar a Globo de perder para a Record no início da tarde, a Faixa Especial foi inaugurada em 2021, com a reprise de O Cravo e a Rosa (2000), que fechou com 14 pontos de média de audiência e vencendo, enfim, A Hora da Venenosa, quadro de fofocas do Balanço Geral, da emissora concorrente. Desde então, a Faixa Especial tem cumprido sua missão, porém, as médias de ibope das novelas têm caído também: Chocolate com Pimenta (2003) fez 13 pontos; Mulheres de Areia (1993) também fez 13; e Cheias de Charme deve terminar com 12 pontos.
Cabocla narra a história de amor de Zuca, uma jovem interiorana simples do Espírito Santo, e Luís Jerônimo, moço rico e filho de um comerciante que cresceu na capital. O folhetim discutiu a disputa de poder de coronéis em zonas rurais do país — algo visto depois também em Pantanal, Renascer e Terra e Paixão. A escolha de uma novela rural pode não ter sido muito sábia por causa dessa repetição de narrativas, entretanto, os públicos da faixa vespertina e do horário nobre são diferentes, e os telespectadores da tarde, afeitos a romances açucarados, podem aprovar a novela estrelada por Giácomo e Oliveira. A ver.
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