Namorados: Assine Digital Completo por 5,99
Imagem Blog

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

Pirateada até no XVideos, ‘Cruella’ expõe submundo do streaming ilegal

Recém-lançada nos cinemas e na plataforma Disney Plus, produção sobre a famosa vilã já é a segunda mais vista ilegalmente em todo o mundo

Por Amanda Capuano Atualizado em 1 jun 2021, 13h04 - Publicado em 1 jun 2021, 12h58

Há alguns anos, ir à feira era sinônimo de encontrar barraquinhas de DVDs piratas entre verduras e legumes. Com o avanço da internet e a chegada dos streamings, a mídia física saiu de moda e a pirataria não demorou a se adaptar aos novos tempos. A mais recente vítima dessa prática ilegal é o filme Cruella. Na quinta-feira, 27, a produção sobre a famosa vilã da Disney estreou com sucesso nos cinemas em boa parte do mundo. Mas logo foi alçada aos assuntos mais comentados do Twitter por uma situação inusitada: Cruella foi disponibilizado na íntegra, e em HD, em um famoso site de conteúdo adulto, que também já teve no catálogo outros lançamentos aguardados, como Vingadores Ultimato, O Rei Leão e Aves de Rapina. A Disney foi rápida no gatilho e tirou o conteúdo do ar, mas não teve a mesma sorte em outras mídias: segundo o site Torrent Freak, o spin off de 101 Dálmatas foi o segundo filme mais pirateado da semana em todo o mundo, seguido por Army of The Dead – e atrás apenas do suspense Infiltrado, que estreia no Brasil em 10 de junho.

Enquanto o teor inédito do primeiro colocado é um fator que sem dúvida contribui para a sua posição, os companheiros de pódio não têm a mesma característica, já que é possível consumi-los legalmente nas plataformas de streaming: Army of The Dead está disponível na Netflix desde o dia 21 de maio e Cruella estreou paralelamente no Disney+. Há, no entanto, uma diferença entre os casos: enquanto os assinantes da Netflix não precisam desembolsar nenhum valor adicional para assistir aos zumbis de Zack Snyder, os usuários do Disney+ têm de pagar R$ 69,90 pelo première access, que dá acesso ao filme da vilã. A ideia por trás da estratégia é permitir que as pessoas que não queiram ou não possam ir ao cinema consumam o filme antes da estreia geral na plataforma, desestimulando a pirataria. Só que isso não tem dado muito certo, já que o preço é o dobro de um ingresso comum e quatro vezes o valor de uma meia-entrada – o que acaba tendo o efeito reverso de estimular a procura pelo streaming pirata.

O custo extra, porém, não é o único responsável pela escolha consciente de consumir produtos piratas, como indica a terceira colocação de Army of the Dead. Segundo um levantamento da Statista para a Forbes, vídeos pirateados têm mais de 230 bilhões de visualizações por ano – desses, 80% já são feitos por meio de sites ilegais de streaming, conforme aponta uma pesquisa da Economic Consulting and US Chamber of Commerce’s Global Innovation and Policy Center. À frente dos filmes nos conteúdos mais procurados estão as séries: segundo levantamento da Torrent Freak, as vítimas de mais downloads ilegais foram, respectivamente, The Mandalorian, do Disney+, The Boys, do Prime Video, e Westworld, da HBO. Curiosamente, as três produções estão livremente disponíveis para os assinantes dos serviços.

Pioneira no ramo, e ainda líder absoluta no mercado, a Netflix se expandiu com o mote de desestimular a pirataria. Afinal, se o espectador tem recursos suficientes para pagar um valor bem abaixo das mensalidades de uma TV por assinatura para ter acesso livre a uma série de conteúdos, por que se renderia aos piratas? Com o sucesso da nova modalidade, outras empresas entraram na onda e se lançaram ao mar com seus próprios serviços de streaming. No Brasil, a Netflix hoje divide espaço com Prime Video (da Amazon), HBO Go, Globoplay e Disney+, além de outros menos famosos, como Starzplay, Pramount+ e Telecine Play. O problema é que cada um deles possui conteúdos específicos, e pagar por todas as assinaturas teria um custo de mais de 200 reais mensais. Ávidos por consumir todos os conteúdos possíveis e não disponíveis, muitos optam pela velha e condenável pirataria.

No Brasil, estima-se que R$15 bilhões de reais sejam perdidos anualmente em impostos por conta da pirataria de filmes e séries. A nível mundial, as cifras são ainda mais impressionantes: de US$ 40 bilhões a $97 bilhões em receitas na indústria cinematográfica e de US$39,3 bilhões a US$95,4 bilhões no mercado televisivo, segundo o site de pesquisas Data Prot, que reúne dados sobre a pirataria no mundo. A mesma pesquisa apontou que a pirataria musical é responsável pela perda de cerca de 70.000 vagas de emprego por ano nos Estados Unidos, mas não há dados sobre o desemprego na indústria audiovisual. De qualquer forma, a esperteza de alguns resulta em prejuízos colossais para todo o entretenimento. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês*
ESPECIAL NAMORADOS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.