Nas últimas gravações de La Casa de Papel, a atriz Úrsula Corberó deu um show peculiar. Chorava tão compulsivamente no set que atrapalhou as cenas dos colegas e, mesmo diante da câmera, soluçava feito criança. “Eu não conseguia parar. Meu estômago até doía”, contou a VEJA. O pranto tinha motivo: com a primeira parte disponível na Netflix a partir desta sexta-feira, 3, a quinta temporada será o ponto-final do rocambolesco drama criminal espanhol. Úrsula vai aposentar o macacão vermelho e a indefectível máscara do pintor Salvador Dalí. Mas suas lágrimas foram de gratidão: nada será como antes para a atriz após viver a rebelde assaltante Tokio.
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A personagem foi um ponto de virada na carreira da catalã de 32 anos e fez dela um exemplo vivo da força da Netflix para projetar estrelas globalizadas. Desde a compra dos direitos de exibição pela plataforma, em 2017, La Casa de Papel se tornou sua série de língua não inglesa mais vista — e passou de empreitada fracassada de uma emissora local a hit mundial de orçamento triplicado, abrindo caminho para que outras produções internacionais conquistassem espaço no catálogo. A trama é uma paella dura de engolir, mas seu sucesso se explica pelo charme visual e pelo carisma do elenco — no qual Tokio figura como adereço mais vistoso. Graças à sua popularidade, a atriz soma mais de 21 milhões de seguidores nas redes sociais e chegou até a protagonizar um clipe da cantora Dua Lipa. Agora, faz sua estreia no cinemão de Hollywood na pele da carismática vilã Baronesa de G.I. Joe Origens: Snake Eyes, terceiro filme da franquia.
Com coleira sensual e óculos de estilo gatinho, a Baronesa coroa uma sucessão de tipos femininos periclitantes. Em seu primeiro sucesso, na série Física o Química (2008-2011), Úrsula vivia uma adolescente bulímica. No hit da Netflix, Tokio é tão imprudente que traz mais problemas que soluções aos bandidos. Já a oficial de Inteligência Baronesa sente prazer em ser cruel. “Gosto de viver mulheres que cometem erros”, diz Úrsula, que teve de aprender inglês a toque de caixa para fazer o filme da Marvel. Esforço ao qual ela jura ter se devotado com muita autocobrança: desde os 6 anos, afinal, almeja viver o “sonho americano”. Armas para tomar Hollywood de assalto é que não lhe faltam.
Publicado em VEJA de 8 de setembro de 2021, edição nº 2754
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