Pesquisa PoderData divulgada nesta quarta-feira, 2, mostra que a candidatura de Luiz Inácio da Silva alcançou o seu teto na casa dos 40% e que os índices do presidente Jair Bolsonaro estão subindo gradualmente. Num eventual segundo turno, Lula segue ganhando fácil, com 54% das intenções de voto, ante 37% de Bolsonaro. Mas essa vantagem era de 54% a 32% um mês atrás. Ainda é uma goleada, mas a diferença está diminuindo.
Comparando as duas sondagens PoderData, percebe-se que os indicadores de Bolsonaro cresceram entre os mais velhos: entre os eleitores entre 45 e 60 anos, sua intenção de voto subiu de 26% para 31%. Entre os acima de 60 anos, de 30% para 36%. Na região Sudeste, a faixa de eleitores de Bolsonaro subiu de 31% para 35%; no Sul de 27% para 31% e no Centro-Oeste, de 30% para 43%.
O presidente teve uma alta ainda entre os eleitores com ensino fundamental, de 23% para 33%, do que completaram o ensino médio, de 29% para 37%, e com diploma universitário, de 29% para 34%. Entre as mulheres, onde Bolsonaro sempre foi impopular, seu índice saiu de 22% para 28%.
Essas variações em tantos segmentos distintos permitem afirmar que existe uma tendência de alta de Bolsonaro. Os indicadores de Lula no mesmo período variaram dentro da margem, com algumas exceções: ele perdeu votos entre os jovens (era 47%, agora 40%) e entre eleitores com nível superior (de 46% para 34%).
A alta gradual de Bolsonaro não altera o favoritismo de Lula, mas muda o ritmo do jogo. O ganho na pontuação de Bolsonaro é resultado direto do uso da máquina. Desde que o ministro Ciro Nogueira assumiu o comando da liberação de emendas, o dinheiro federal passou a fluir para os municípios e o Auxílio Emergencial começou a ser distribuído.
Sem máquina e sem um partido estruturado com o PT, a direita não-bolsonarista sucumbe. A empresa PoderData incluiu sete nomes alternativos, e todos somados chegam a 21%. Na pesquisa, Ciro Gomes está em terceiro lugar, com 7%. Moro caiu para quarto, com 6%. Eduardo Leite tem 3% e Doria, com 2%, empata com Andrés Janones.
Por fim, a pesquisa obriga os dirigentes do PT a descerem do salto alto. Semanas atrás, o PT debatia se precisava de Geraldo Alckmin como vice para vencer. As pesquisas mostram que o apoio de um conservador como Alckmin é só o início da aliança que Lula terá de construir para enfrentar Bolsonaro.