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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

Quem são os agentes provocadores de Bolsonaro

A prisão da militante fascista faz parte da vitimização bolsonarista para aumentar sua base nos quarteis, nas ruas e nas redes

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jun 2020, 13h28 - Publicado em 15 jun 2020, 12h51

A prisão da militante fascista Sara Fernanda Giromini, que atua com o pseudônimo da espiã nazi Sara Winter, foi uma vitória do bolsonarismo. Parece contraditório, mas neste momento de tensão crescente entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) tudo o que bolsonarismo precisa é de mártires. Sara Winter instigou os ministros do STF até que eles decretassem a sua prisão. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o empresário Luciano Hang vão na mesma toada. 

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O bolsonarista acredita (e a fé não um tema desta coluna, mas fundamental para entender algumas ações) que existe uma conspiração entre o STF, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o governador de São Paulo, João Doria, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e os principais veículos da mídia para derrubar o presidente Jair Bolsonaro. É desperdício de tempo provar que essa conspiração é ilusória. Os bolsonaristas precisam de inimigos para fomentar sua base e convencer o Exército de que o Poder Executivo está sofrendo uma asfixia do Judiciário e do Legislativo – a teoria por trás de uma eventual intervenção militar.

Para ter inimigos não basta que eles façam notas de repúdio e abaixo-assinados retóricos. É preciso provocá-los para entrar na rinha de briga, prender alguns militantes e ilustrar o discurso de que o bolsonarismo é vítima. Winter é uma oportunista desimportante. Weintraub é um limítrofe que entrará nos livros de história como o pior ministro da Educação. Hang é um sonegador de impostos condenado. Os três são apenas agentes provocadores.

O que está em jogo de verdade é o compartilhamento com a Justiça Eleitoral das investigações do inquérito sobre o financiamento empresarial da milícia digital bolsonarista, incluindo as várias manifestações pelo fechamento do Congresso e do STF e do acampamento miliciano de Sara Winter. O inquérito presidido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes obteve informações que esse financiamento data da campanha eleitoral de 2018 e nunca foi registrado na Justiça. É o velho caixa-dois tão conhecido na política. Pela letra fria da lei, se há provas de caixa-dois, a chapa Bolsonaro-Mourão deveria ser cassada e novas eleições convocadas. O presidente Jair Bolsonaro e seus militantes sabem que este risco existe.

Por isso, jogam e jogarão para aumentar a tensão nos quarteis, nas ruas e nas redes sociais para bloquear as investigações. Para isso, precisam do apoio do Exército, que na frase da nota presidencial de sexta-feira, 12, e assinada pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, de que “as Forças Armadas não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de poder. Também não aceitam tentativas de tomada de poder por outro Poder da República, ao arrepio das leis, ou por conta de julgamentos políticos”. É uma definição tortuosa da Constituição pela qual generais e não juízes decidirão o que é “uma decisão absurda”. 

Para ampliar a tensão, bolsonaristas precisam provocar prisões, como a de Sara Winter hoje de manhã. Para isso, vão seguir provocando a Justiça, como fazem Weintraub e Hang. 

Há método no plano. E o plano é o confronto.

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