Junto com a escolha de seu primeiro presidente de esquerda, Gustavo Petro, os colombianos elegeram a primeira vice negra, Francia Márquez, uma ativista ambiental sem papas na língua e um currículo de respeito. Formada em advocacia, Francia, 40 anos, engravidou aos 16, trabalhou nas minas de ouro da sua região para sustentar a filha e foi empregada doméstica. Em 2014, já militante, liderou uma marcha de 650 quilômetros até Bogotá para exigir maior repressão ao garimpo ilegal. Na campanha, centrou fogo na desigualdade social — “Vamos quebrar o racismo estrutural, que não nos permite respirar” —, mobilizou multidões (embora não tenha nenhuma experiência na política) e lançou moda: no primeiro turno, cinco candidatos tinham vice mulher e negra.
Publicado em VEJA de 29 de junho de 2022, edição nº 2795