Ângelo Antônio fala como se preparou para viver vilão em dose dupla
Ator está em 'Terra e Paixão' e 'Todas as Flores'
O semblante de bom moço sempre conduziu Ângelo Antônio, 59 anos, àqueles papéis envoltos em altas doses de sofrimento nos folhetins. Pois agora veio a hora da virada que tanto ambicionava — ele exibe seus dotes de vilania não uma, mas duas vezes. Um de seus cruéis personagens no ar é o alcoólatra Andrade, que agride fisicamente a mulher na trama global das 9, Terra e Paixão. Como se não bastasse, em Todas as Flores, do Globoplay, dá vida a um criminoso que abusou sexualmente da namorada. “A carga não é leve. A sensação que tenho é de ser o cão, mas estou aprendendo o prazer de me jogar nesse lugar”, admite o ator, que bebeu de elevadas fontes literárias, como São Bernardo, de Graciliano Ramos, e Dom Casmurro, de Machado de Assis, para tomar inspiração para suas malfeitorias. “Nunca bati em ninguém. Só fiz judô na infância”, jura ele, dando a dimensão do desafio em cena.
Publicado em VEJA de 29 de setembro de 2023, edição nº 2861