Ex-promotora de justiça no caso de Saul Klein comenta condenação
Herdeiro do fundador da Casas Bahia foi condenado, nesta sexta-feira, 14, a pagar 30 milhões de reais em indenização
Saul Klein foi condenado pela Justiça do Trabalho, nesta sexta-feira, 14, a pagar uma indenização de 30 milhões de reais por aliciar jovens mulheres e adolescentes e explorar sexualmente as vítimas, submetendo-as a condição análoga à escravidão. A decisão da Justiça foi uma resposta à ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de outubro de 2022. A investigação aponta que Saul, filho de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, atraía jovens entre 16 e 21 anos, que estavam em situação de vulnerabilidade social e econômica, e as inseria num esquema de exploração sexual no sítio em Boituva, no interior de São Paulo.
A ex-promotora, Gabriela Manssur, que deu início ao processo, diz que decisão contra Saul Klein será um marco no combate à violência contra a mulher. A advogada recebeu as primeiras denúncias contra o empresário Saul Klein em setembro de 2020. Na época, ela era promotora de justiça em São Paulo e encaminhou as jovens ao projeto Justiceiras, uma iniciativa idealizada por ela. As vítimas receberam apoio psicológico e orientação jurídica, e as acusações foram levadas às autoridades competentes. “Eu sei o quão difícil foi atender, de forma online, todas aquelas meninas que já apresentavam várias sequelas e que ninguém queria ouvi-las. Muitas vezes, chorei com elas, indignada com tanta crueldade”, relata Gabriela.
“A brilhante atuação do MP e do Projeto Justiceiras, bem como a decisão de condenação de Saul Klein para a reparação social dos danos causados pelos crimes cometidos no valor de 30 milhões de reais será um novo marco no combate à violência contra a mulher no Brasil. Ninguém está acima da lei, nem a pessoa mais rica do Brasil”, ressalta.