Nas últimas décadas, a mamoplastia de aumento (colocação de implantes de silicone) se tornou a cirurgia estética mais realizada no mundo e a segunda mais realizada no Brasil (atrás somente da lipoaspiração). Mas dados recentes da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) mostram que, de 2016 a 2020, houve um aumento de 33% nas cirurgias para a retirada dos implantes. “Só nesta semana, por exemplo, atendi duas pacientes querendo realizar esse procedimento”, explica a cirurgiã plástica Thamy Motoki, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
As atrizes Manu Gavassi, Carolina Dieckmann e Fiorella Mattheis são algumas que já passaram pelo processo de retirada e comentam abertamente sobre o assunto. Segundo Thamy, os principais motivos que levam a paciente a optar pela retirada das próteses mamárias estão relacionados à saúde. O surgimento de condições como a doença do silicone e da síndrome ASIA deixam as mulheres em alerta. “Há casos de pacientes que buscam a remoção dos implantes por questões estéticas. Com o passar do tempo, o padrão de beleza da sociedade vai se alterando. Se, antes, as mamas grandes e bem marcadas eram objeto de desejo, hoje caminhamos para uma mudança de conceito, e mamas menores, com aspecto mais natural, talvez agradem mais tanto mulheres quanto homens”, analisa a cirurgiã, reforçando que esse movimento contra o silicone tem a ver com a busca de um estilo de vida mais natural e da aceitação do próprio corpo.
“Sempre oriento que antes de qualquer coisa a paciente precisa se sentir bonita para ela mesma, não pensar em seguir o padrão de ninguém. Ela não precisa ser bonita que nem a amiga ou aquela artista famosa que tanto admira. Se a cirurgia for fazê-la sentir-se mais feliz e de bem com ela mesma, então vamos lá! Se não, talvez valha a pena repensar um pouco”, aconselha Thamy.