Diretor da franquia Tropa de Elite e da série Narcos, da Netflix, José Padilha estava nos acertos finais com a Amazon para capitanear uma série sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada há dois anos, quando recebeu a proposta da Globo para cuidar de um projeto similar. Foi atraído pela audiência da emissora carioca e pelo cachê para lá de vultoso (os valores não foram divulgados).
A escolha de Padilha e da roteirista Antonia Pellegrino foi rechaçada nas redes sociais (leia a coluna de Walcyr Carrasco, na pág. 95), sob a alegação de ausência de negros na produção (claro, houve quem lembrasse O Mecanismo, sobre a trajetória de Sergio Moro). O diretor disse ter sido vítima de “linchamento moral” e que Marielle, a quem conheceu, nunca o chamou de “fascista”. A VEJA, a Globo afirmou em nota: “A diversidade e a inclusão sempre foram premissas desta obra, com a participação de negros em papel de destaque”.
Publicado em VEJA de 18 de março de 2020, edição nº 2678