Alcibio Mesquita Bibo Nunes, 65 anos, tentou cursar jornalismo e direito. Mas não concluiu nenhuma das duas graduações, conforme consta no site da Câmara dos Deputados. Com inflamado discurso a favor de Jair Bolsonaro (PL), foi eleito em 2018. Tentou agora reeleição ao cargo de deputado federal e, para isso, usou 900 000 reais na campanha. Mas não alcançou o objetivo. Foi para as redes fazer barulho e chamar a atenção da militância que o esnobou. Insinuou que estudantes universitários de Federais deveriam ser queimados. Depois, acovardou-se com o impropério e deletou a postagem.
Bibo fez a declaração em referência ao filme Tropa de Elite 1, (de José Padilha, 2007), em que pessoas são carbonizadas vivas dentro de pneus, no que é chamado de “micro-ondas” pelos criminosos. Mas também não se pode dissociar que os universitários são da mesma cidade em que o incêndio da Boate Kiss, em 2013, matou 242 pessoas. Em transmissão realizada na quinta-feira, 20, o político, sem diploma de ensino superior, afirmou categoricamente que os alunos “deveriam morrer vivos” (sic). Também chamou-os de ignorantes. “São alienados! Se dependêssemos deles, tudo seria caos, seria o país mais fracassado do mundo”, esbraveja o deputado do Rio Grande do Sul, sobre estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, que participaram de manifestação pró-Lula (PT), nesta semana.
Nas duas tentativas de ter graduação, Bibo recorreu a universidades particulares. Em 1982, iniciou a faculdade de jornalismo na PUC de Porto Alegre. Em paralelo, um ano antes, começara o curso de Direito na Unicruz (Universidade de Cruz Alta), transferindo-se em 1984 para a Faculdade Ritter dos Reis. Bibo tem uma filha, a vereadora Camila Xavier Mesquita Nunes (MDB), de 28 anos, do casamento com Isabel Mesquita Nunes. Camila também não chegou a passar para uma Federal. É formada em Direito pela PUC-RS, universidade com mensalidades de cerca 2 500 reais.
Sem diploma de nível superior, Bibo segue longa carreira na política, tendo assumido diversos cargos políticos ao longo dos 39 anos de trajetória pública (na qual passou por mais de cinco partidos). Atacar universitários é o seu feito mais recente.
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