Elon Musk, a segunda pessoa mais rica do mundo, preside a SpaceX e a Tesla, ao mesmo tempo que controla a rede social X. Porém, a filantropia do bilionário tem sido aleatória e em grande parte egoísta – desde 2020, ele faz doações para a própria instituição de caridade, no valor de mais de 7 bilhões de dólares, tornando-a uma das maiores do país. A fundação, contudo, não conseguiu, nos últimos anos, doar o mínimo exigido por lei para justificar a redução fiscal, expondo-a ao risco de ter de pagar ao governo uma penalização financeira. Os bilhões são administrados por um conselho composto por ele e dois voluntários. Em 2022, o último ano para o qual existem registos disponíveis, houve doação de 160 milhões de dólares, o que representa menos 234 milhões de dólares do que a lei exigia.
O quadro ainda piora quando se identifica para onde o dinheiro é doado. Após análise do The New York Times, descobriu-se que, das doações da Fundação Musk em 2021 e 2022, cerca de metade dos destinos tinha alguma ligação com Musk, um seus funcionários ou suas empresas. Um exemplo: 20 milhões de dólares para o condado de Cameron, no Texas, depois que um foguete da SpaceX explodiu na região.