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O perigo da representação única de mulheres com doenças mentais em novelas

Na trama das nove, sete e seis apenas figuras femininas são representadas com transtornos

Por Mafê Firpo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 ago 2025, 18h00

Há anos as novelas cumprem um importante papel pedagógico na sociedade: abordar assuntos delicados – e complexos – que repercutem em diferentes esferas e classes sociais, trazendo à tona discussões tabus. Dentro dessa seara, saúde mental vem sendo um dos tópicos mais presentes nos folhetins contemporâneos: não à toa que as três tramas no ar na TV Globo retratam as dores de transtornos que afetam uma parte da população, mas que não ocupavam tanto espaço nas telas. Exemplo disso é o alcoolismo de Heleninha Roitman (Paolla Oliveira) em Vale Tudo, a bipolaridade de Filipa (Cláudia Abreu) em Dona de Mim e o transtorno de ansiedade de Estela (Larissa Manoela) em Êta Mundo Melhor

Apesar da importância de colocar em debate a pauta, surge a problemática: por que apenas mulheres estão nesse papel de vulnerabilidade? Embora no passado homens tenham sido representados, caso de Tarso (Bruno Gagliasso) em Caminho das Índias (2009) que foi diagnosticado com esquizofrenia, a falta atual de figuras masculinas com transtornos mentais pode ser prejudicial. Daniela Macaya, 36 anos, psiquiatra da Universidade de São Paulo (USP), afirma que as mulheres sempre foram mais enquadradas nesse lugar de “loucura”, o que pode tirar a seriedade do assunto. “É uma questão histórica, qualquer característica que fuja da doçura, da tranquilidade, da boa mãe, da delicadeza, muitas vezes ela já é qualificada como um excesso. As mulheres são julgadas com uma régua muito diferente dos homens e são colocadas nesse lugar de loucura com muito mais facilidade e isso gera uma descrença, descredibiliza”, analisa à coluna GENTE.

As novelas retratam de maneira sensível as dores de cada personagem. Na trama das nove, Heleninha vive altos e baixos e mostra de maneira dura e crua as dificuldades de seguir um tratamento, com recaídas e sentimento de culpa. Na luta pela estabilidade de Filipa, a personagem se espanta com o diagnóstico. Mas com o passar do tempo, vai entendendo suas fragilidades e instabilidade de humor – a bipolaridade, segundo Macaya, é marcada por dois polos: mania (momentos de euforia e impulsividade) e depressão (sentimento de tristeza e até pensamentos de morte). Já Estela, marcada por conflitos internos como um passado traumático com um homem, vive um episódio intenso de ansiedade e crise de pânico.

Macaya assegura: de fato, há um papel educativo. Contudo, devido a uma sociedade machista, não ter um homem pode tirar a seriedade do conflitos das personagens e do transtorno. “É importante retratar uma mulher com alcoolismo, porque estamos vendo nos últimos anos a proporção de homem e mulher com alcoolismo se igualando, antes era apenas homens. Mas é importante ter essa equilibrada, arejar esses conteúdos. Precisa expandir mesmo essa informação para que os homens também consigam se enxergar ali, aproveitar esse tipo de conteúdo e não jogar só para as mulheres essa questão da loucura, da insanidade, do desequilíbrio, porque a gente bem sabe que não afeta só as mulheres”, completa. 

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