A Rainha Elizabeth considerava o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “muito rude”, afirma sua nova biografia A Voyage Around the Queen, que será publicada em 29 de agosto no Reino Unido. O livro, escrito pelo satírico inglês Craig Brown, revela que a monarca ficou incomodada com a forma que o republicano a tratou quando se conheceram. Trump, no entanto, achou que a visita foi boa e chegou a afirmar que era “o convidado predileto da monarca”. Em uma entrevista à emissora americana Fox News, o republicano disse que nunca tinham visto a “rainha se divertir tanto”.
“Algumas semanas após a visita do presidente Trump, por exemplo, ela confidenciou a um convidado do almoço que o achava ‘muito rude’: ela particularmente não gostava da maneira como ele não conseguia parar de olhar por cima do ombro dela, como se estivesse procurando outras pessoas mais interessantes. Ela também acreditava que o presidente Trump ‘deveria ter algum tipo de acordo’ com sua esposa Melania, ou então por que ela teria permanecido casada com ele?”, escreve Brown no livro.
O então mandatário dos EUA foi recebido por Elizabeth duas vezes durante sua presidência – ambas marcadas por gafes do americano. Em sua primeira visita, Trump se encontrou com a monarca no Castelo de Windsor. Na ocasião, quando a rainha inspecionava a Guarda de Honra junto ao líder republicano, ele não caminhou em linha reta. O ato , segundo o ex-mordomo da família real, Grant Harrold, incomodou a britânica que prezava por respeitar o protocolo real. Um ano depois, o ex-presidente voltou a incomodar Elizabeth ao colocar as mãos em suas costas durante um banquete no Palácio de Buckingham, desrespeitando novamente os códigos de comportamento.
Elizabeth, que morreu aos 96 anos em setembro de 2022, se encontrou com 13 dos 14 presidentes americanos durante seu reinado de 70 anos. Desde a primeira vez de Trump ao Reino Unido, sua chegada no país foi envolta de controvérsias. A primeira visita do republicano estava marcada após sua posse, no entanto, foi adiada em meio aos protestos que poderia enfrentar. No mesmo ano que entrou para a presidência, em 2017, o ex-líder da Casa branca sofreu retaliações de ingleses depois de criticar o prefeito de Londres, Sadiq Khan, por um ataque de terrorista que matou sete pessoas na capital inglesa.
Apesar das críticas, Trump ficou “impressionado” de ter conhecido Elizabeth, disse a ex-assessora da Casa Branca, Fiona Hill. Para ele, o encontro com a monarca foi um sinal de que ele “tinha conseguido na vida”. Em seu livro There Is Nothing For You Here: Finding Opportunity in the 21st Century, Hill conta que a visita ao Palácio de Buckingham deveria ser “um destaque” da presidência de Trump, que repetidamente relembrava sua visita a Inglaterra para conhecer a família real. Após a morte da Rainha, o republicano compartilhou condolências em sua rede social, Truth Social, e declarou que ele e sua esposa, Melanie Trump, “sempre valorizariam nosso tempo juntos com a Rainha e nunca esqueceriam a amizade generosa de Sua Majestade, sua grande sabedoria e seu maravilhoso senso de humor”.