A comitiva de 25 jovens músicos pernambucanos, integrantes da Orquestra Criança Cidadã – um projeto de inclusão social pela música – viaja a Roma para se unir a artistas da Itália, Rússia e Ucrânia pelo fim da guerra no continente. Eles estrelam duas apresentações no Vaticano nomeadas de Concerto pela Paz com a presença confirmada do Papa Francisco. José Renato Accioly, maestro, coordenador musical da Orquestra Criança Cidadã e um dos regentes conversou com a coluna sobre o significado da ação.
“Sabemos que a paz não virá através apenas de um concerto, mas ao unir jovens músicos brasileiros, italianos, ucranianos e russos em um concerto pacificador, pode-se afirmar que a paz pode e deve ser perseguida. Tocar na presença do papa é, na verdade, uma enorme alegria, uma dádiva, principalmente pelo que ele representa como líder de um ideal de mundo mais tolerante e justo entre os povos”.
O repertório escolhido por José Renato, Lanfranco Marcelletti Jr., também regente dos concertos, e Guilherme Teixeira, com sugestões da Fondazione Calvasassi, conta com representantes de todos os países envolvidos, além de clássicos da música instrumental. A seleção inclui, por exemplo, Aquarela do Brasil (de Ary Barroso) e Três Peças Nordestinas (do caruaruense Clóvis Pereira).
José também explica como ocorreu a seleção dos meninos e meninas, que residem no Coque, bairro com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital, e em Camela, distrito da cidade de Ipojuca, na Região Metropolitana de Recife. “O critério de seleção passa primeiro por uma audição musical do repertório. Cada jovem tocou individualmente para uma banca examinadora de professores e maestros da Orquestra Criança Cidadã. O segundo critério avaliado é o comportamento acadêmico e disciplinar de cada estudante. A Orquestra considera tão importante a formação do artista quanto a formação de um cidadão com comportamento exemplar”.
As apresentações do Concerto pela Paz estão programadas para os dias 3 e 4 de novembro, no altar-mor da Basílica de São Pedro e na Sala Paulo VI, respectivamente, em um evento organizado pela Charis Internacional e pela Comunidade Obra de Maria, com apoio da Fondazione Cavalsassi, na Itália.